Paris - A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, e oito euro-deputados franceses do seu partido União Nacional (RN) foram esta segunda-feira considerados culpados de desvio de fundos do Parlamento Europeu pelo Tribunal de Paris.
Esta decisão pode afectar as candidaturas às eleições presidenciais de 2027, segundo noticiou a Lusa.
Um tribunal de Paris decretou, esta segunda-feira, que Marine Le Pen e oito euro-deputados franceses do seu partido União Nacional (RN) são culpados de uma acusação de desvio de fundos no Parlamento Europeu, avança o Le Monde.
Esta condenação implica automaticamente uma pena de inelegibilidade para Marine Le Pen, de 56 anos, não estando ainda determinado se será "provisoriamente executória" e, por conseguinte, imediata, impossibilitando que se candidate nas presidenciais francesas previstas para 2027 para suceder ao presidente Emmanuel Macron.
O tribunal estimou que o prejuízo total foi de 2,9 milhões de euros desviados durante mais de 11 anos, "ao longo de três legislaturas", uma vez que os euro-deputados do RN fizeram com que "o Parlamento Europeu pagasse a pessoas que estavam efectivamente a trabalhar para o partido" de extrema-direita.
Os 12 assistentes julgados juntamente com os eurodeputados foram igualmente considerados culpados de manipulação de bens roubados.
Em causa estão fundos que o Parlamento Europeu atribui aos euro-deputados para estes contratarem assessores.
No caso de Le Pen, concluiu-se que esta estava a usar este dinheiro para pagar a pessoas que já faziam parte da sua equipa, sem nunca terem contrato assessores.
As sentenças serão detalhadas individualmente, mas ainda não são conhecidas.
Porém, a acusação pedia cinco anos de prisão, três anos de pena suspensa, dois anos de prisão sem detenção e uma multa de 300 mil euros.
São também pedidos cinco anos de inibição de exercer cargos públicos com aplicação imediata, mesmo em caso de recurso.
Esta decisão interromperia as suas aspirações presidenciais para as eleições de 2027, nas quais seria uma clara favorita, depois de ter passado duas vezes à segunda volta e com o seu partido, o Rally Nacional (RN), numa trajectória claramente ascendente.
Se os juízes impuserem uma sentença de inelegibilidade com execução provisória, a sentença entrará em vigor imediatamente, mesmo que Marine Le Pen recorra. CQ/GAR