Moçâmedes - O Projecto de Desenvolvimento Integrado da Baía de Moçâmedes vai dotar o Namibe de um Porto Mineiro com capacidade de escoar a produção de ferro de Kassinga, na Huíla, e do projecto siderúrgico do Cuchi, no Cuando-Cubango.
Essa iniciativa, uma das maiores que o sector dos Transportes está a desenvolver no país, deverá estar concluída dentro de três anos.
Esta afirmação é do governador provincial do Namibe, Archer Mangueira, que falava na abertura do 14º Conselho Consultivo do Ministério dos Transportes, que termina na próxima terça-feira e conta com a presença do titular do sector, Ricardo de Abreu.
Segundo Archer Mangueira, a conclusão deste projecto permitirá que o Porto Comercial passe a principal operador na região, com capacidade de transferência de carga entre navios de diferentes calados e um novo terminal de contentores com equipamentos apropriados para melhorar a eficiência da operação portuária e aumentar a competitividade.
Na mesma senda, disse que a infra-estrutura vai permitir que a carga actualmente operada a partir de Walvis Bay, na Namíbia, possar aceder directamente o território angolano, além de ser uma porta de saída privilegiada para as exportações angolanas e de países vizinhos sem acesso ao mar.
“Abre-se, assim, um horizonte particularmente rico em oportunidades de investimento e emprego, por via do desenvolvimento da economia circular, da economia azul, do aumento das exportações e da promoção do turismo”, destacou.
Entretanto, defende que essas oportunidades só serão materializadas se todas as partes envolvidas apostarem no desenvolvimento do empresariado e da economia da província, disse.
Na mesma senda, augura que, durante as obras, seja dada prioridade à subcontratação de empresas locais, permitindo o recrutamento e formação dos jovens namibenses para preencher as centenas de postos de trabalho directos que serão criados, em profissões que abarcam a gestão de operações portuárias, a logística, a tramitação de comércio exterior e a operação de equipamentos.
Apelou a Agência Marítima Nacional a estabelecer mecanismos de certificação destes profissionais e que possa implementar os códigos marítimos exigidos internacionalmente para colocar o nosso País na lista branca do Organismo Marítimo Internacional (OMI).
“Estou certo de que iremos aproveitar plenamente todas as externalidades positivas de um projecto desta dimensão e importância, cujo investimento, estimado em 600 milhões de dólares, é financiado em 85 por cento pelo Banco do Japão para a Cooperação e Internacional em 15% pelo Banco de Desenvolvimento da África Austral”, acrescentou.
Por outro lado, Archer Mangueira solicitou o apoio do sector dos Transportes na aquisição de autocarros para transporte público, pois a frota de transportes colectivos, tanto intermunicipal como no interior das circunscrições, é insuficiente, confrontando-se os namibenses com muitas dificuldades de locomoção.
Solicitou também o apoio em termos de meios aos camionistas e o aumento de frequências dos voos da TAAG para o Namibe.
Neste conselho consultivo, os participantes estão a abordar temas como Orçamento previsto e executado, Investimentos públicos e concessões, Transformação digital do sector, transição de institutos públicos para agências e autoridades, Criação da Agência Nacional dos Transportes Terrestres e da Agência Reguladora de Certificação de Carga e Logística de Angola, Criação do Instituto Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes de Transportes e da Agência Marítima Nacional, entre outros.