Luanda - A líder do Parlamento angolano, Carolina Cerqueira, participa, pela primeira vez, na Conferência dos Presidentes da Assembleia e da Secção da Região África da Associação dos Parlamentos da Francofonia como membro efectivo de pleno direito da organização.
Com uma delegação integrada pelos deputados Alcides Sakala, Elizandra Wassuca, Milonga Bernardo e pelo secretário-geral, Pedro Agostinho de Neri, a líder do parlamento angolano aproveita o evento para partilhar o contributo de Angola nos esforços para a promoção da paz na região.
De igual modo tem enfatizado o compromisso do Presidente da União Africana (UA), igualmente chefe de Estado angolano, João Lourenço, a favor da paz, da estabilidade e da prosperidade dos países africanos.
Durante a reunião, os participantes discutirão questões que afectam o mundo francófono, destacando as melhores práticas parlamentares e adoptando o roteiro da região da APF África para o período 2025-2026.
A cooperação interparlamentar também está na pauta das discussões, com ênfase na troca de experiências e no fortalecimento dos laços entre as secções membros, bem como a situação política prevalente nos países francófonos de África, ponto de situação sobre as transições políticas (Burquina Faso, Gabão, Guiné e Mali).
Os parlamentares africanos francófonos também abordarão questões económicas e sociais, incluindo desenvolvimento sustentável, inclusão social e educação.
A conferência de Brazzaville é uma oportunidade de preparação para a reunião plenária da APF de Julho próximo, validando as principais directrizes que serão submetidas às secções membros.
O objectivo deste encontro, que reunirá os principais actores da francofonia parlamentar africana, é fortalecer a acção parlamentar francófona em um contexto marcado por grandes desafios democráticos e socioeconómicos.
O evento, que acontece na sede da Assembleia Nacional do Congo, em Brazzaville, reúne os presidentes dos parlamentos da região africana até ao dia 17 de Abril.
No seu discurso de abertura, o presidente da Assembleia Nacional do Congo, Isidore Mvouba, frisou que esta conferência demonstra o compromisso com a Francofonia e a cooperação parlamentar.
“O sucesso desta grande massa francófona exige o envolvimento de todos, para que o Congo possa continuar a desempenhar um papel de liderança neste círculo. Seja através da educação, da promoção da língua francesa sem negar as nossas línguas nacionais, seja através dos intercâmbios económicos e tecnológicos, a Francofonia continua a ser uma alavanca estratégica de influência", sublinhou.
O também presidente da secção congolesa da APF apelou à construção de pontes entre a tradição e a modernidade para criar uma Francofonia ao serviço do desenvolvimento inclusivo, de progresso, solidariedade e unidade dos povos.
Criada em Julho de 1998 em Abidjan, Côte d'Ivoire, a partir das “cinzas” da Assembleia Internacional de Parlamentares de Língua Francesa (fundada em Luxemburgo em Maio de 1967), a organização tem, entre os seus objectivos, preparar e adoptar resoluções sobre assuntos de interesse da comunidade francófona e participar dos trabalhos das cúpulas de chefes de Estado e de governo da Francofonia.
Fazem ainda parte dos seus objectivos o examine das situações de crise política no mundo francófono, acompanhamento dinâmico das acções desenvolvidas pela Francofonia em diversas áreas, nomeadamente a democracia, os direitos humanos, a solidariedade e o desenvolvimento da língua francesa, a diversidade cultural, a educação e a formação.
Entre os objectivos consta ainda a promoção de programa de capacitação de parlamentares na área de informação, para organizar cursos de formação para funcionários parlamentares.
O Parlamento Angolano tornou-se membro de pleno direito da Associação dos Estados da Francofonia, em Julho de 2024, no Canadá. Esta organização congrega uma grande comunidade, com mais de 800 milhões de habitantes a nível do mundo, cuja maior parte se encontra em África.
A Organização Internacional da Francofonia possui 88 Estados e de Governos membros, dos quais 54 são membros de pleno direito e 27 membros observadores. SC