Luanda – As apresentações de soluções tecnológicas para o mercado, a procura de novos clientes e financiamentos para alavancar os seus produtos, constam das principais motivações das cerca de 100 Startups participantes na 3ª Edição do ANGOTIC 2023 – Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola, que hoje encerra.
A co-fundadora do projecto tecnológico inovador "Awama", Awa Joaquim Dieme, disse que deseja conseguir mais investidores para que o projecto ajude a diagnosticar a malária, sem ser necessário retirar sangue ao paciente.
Falando à ANGOP, no Centro de Convenções de Talatona, onde decorre o ANGOTIC 2023, de 12 a 14 deste mês, explicou que o projecto usa uma luz vermelha para detectar mudanças nos glóbulos vermelhos, que quando afectados pelo plasmódio, parasita que causa a malária, impedem a passagem dessa luz.
“Com o sistema, conseguimos detectar o paludismo, sem a colheita de sangue em apenas dois minutos. Os testes já foram comprovados no Hospital Maria Pia”, disse.
Por seu turno, a fundadora da startup Cria Mais – Serviços Gráficos, Hossylandia Marília, indicou que está há dois anos no mercado e procura encontrar parceiros para crescer no mercado.
“No ANGOTIC, a adesão tem sido boa e com retorno, por parte dos visitantes e de outros parceiros. Procuramos crescer mais, ter experiência, angariar clientes e outros empreendedores”, reforçou.
Já o responsável da startup Scratch For Kide, André Paulo, fez saber que estão a oferecer alfabetização digital, virada para crianças, no sentido de organizar a área educativa infanto-juvenil.
O projecto oferece programação, aulas de robótica e cubo mágico, para ajudar no raciocínio lógico dos mais pequenos.
“Pretendemos mostrar a Angola e ao mundo que também conseguimos fazer a literacia digital para crianças, como existe noutras geografias. Temos uma plataforma usada em mais de 200 países Screet”, reforçou.
Em relação ao financiamento, diz ser uma etapa, mas as startups devem estar totalmente organizadas para ultrapassar as dificuldades que possam surgir, pois “estamos a trabalhar com uma empresa no modelo By to By e realmente estamos a conseguir dar conta do resultado”.
Por seu turno, Denilvaldo Neto, que é o director-geral da Cinco (5) Linhas, investidor de telecomunicações e detentora do aplicativo Aki Pagamentos, diz que trouxeram um sistema de pagamentos móveis.
Apontou que no referido sistema de pagamentos as pessoas podem pagar serviços de televisão, água, luz, telefonia móvel, transferir dinheiro entre plataformas e também serviços de revendendores”, frisou.
Reforçou que a interacção com o público está a ser agradável, por estabelecerem contactos com parceiros, para criação de oportunidades de negócios.
“Temos estado a nos preparar para as questões de financiamento, é um processo muito longo e temos também a oportunidade de apresentar a nossa solução”, ressaltou.
Já Aylton Canje, da Nexus, avança que apresentou no ANGOTIC 2023 três projectos, sendo o primeiro de educação digital.
O mesmo surge como forma de capacitar jovens por via de cursos online, “para que estejam no mercado, com a respectiva certificação para empresas nacionais e internacionais. Criamos muitas ligações, parcerias, com investidores e estudantes”.
A 3ª edição do ANGOTIC 2023 - Fórum Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação de Angola, com o lema "Conectividade e Modernização Tecnológica”, decorre de 12 a 14 de Junho, no Centro de Convenções de Talatona, em Luanda.
O ANGOTIC 2023 é um evento global de tecnologias de informação e comunicação, realizado e promovido pelo Governo de Angola, através do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.
O evento visa promover o debate em torno de temas actuais, globais e futuros das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), a partilha de conhecimentos e facilitar o networking para entidades governamentais, expositores, especialistas, apresentar as inovações, bem como as tendências do sector.
O maior Fórum Internacional sobre Tecnologias de Angola “ANGOTIC 2023” regressou, depois de dois anos de paralisação, devido à pandemia da Covid-19.HEM/AC