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Responsável enaltece elevação do Cinguvu

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     Cultura           
  • Lunda Norte • Segunda, 14 Abril de 2025 | 15h35
Director do Gabinete da Cultura na Lunda-Norte, José Pinto
Director do Gabinete da Cultura na Lunda-Norte, José Pinto
DR

Dundo – A declaração do Cinguvu como Património Imaterial Cultural Nacional eleva a importância do instrumento musical tradicional e abre caminho para a sua divulgação e preservação, afirmou esta segunda-feira, no Dundo, o director do Gabinete Provincial da Cultura e Turismo da Lunda-Norte, José Pinto.

Reagindo ao Decreto executivo n° 378/25, de 10 de Abril , publicado em Diário da República, que declara o instrumento musical como património cultural nacional no domínio dos saberes e ofícios tradicionais, o director disse que as autoridades locais estão a trabalhar no sentido de multiplicar o número de fabricantes e tocadores do Cinguvu, para assegurar a sua preservação.

Sem revelar números, afirmou que há um grupo de jovens a serem formados no Museu Regional do Dundo, um projecto que poderá se estender a outros municípios.

Por outro lado, lembrou que em 2024 a província viu classificados como património imaterial cultural nacional o instrumento musical Tchissange e a dança txianda.

Já em 2023, prosseguiu, fruto de um trabalho conjunto com o Ministério da Cultura e a Universidade Lueji A'Nkonde, os SONAS, arte etnomatemática do povo Lunda Tchokwe, foi declarado Património Imaterial da Humanina pela UNESCO.

Segundo José Pinto, estas conquistas demonstram a riqueza cultural da região leste em geral e da província em particular.

Cinguvu é um aparelho tradicional que produz um som que atinge cerca de trinta quilómetros e que antigamente servia também de meio de comunicação entre os cokwe, com o qual se enviava mensagens de chamamento para um determinado assunto ou alerta de qualquer fenómeno na comunidade.

Em termos de orquestra, o Cinguvu acompanha as exibições das diversas máscaras e danças colectivas nomeadamente, kapaka, kateko, tchisela e tchianda.

Os tocadores do Cinguvu tocam os sons com duas baquetas pesadas, cuja cabeça é de borracha virgem em que o ajudante do mestre percute com varas de madeira na parte superior do tambor, enquanto o perito faz várias pausas e as devidas mudanças de compasso.

Só com o Cinguvu é possível ter o ngoma ya xina (baixo), Mukundu (batuque médio-base), kasasuiluiyo (ritmo), incluindo o kasumbi (batuque mais pequeno), o que permite obter várias funcionalidades em termos da musicalidade, tonalidade e ritmo.QB/HD



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