Huambo – O vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Huambo, Angelino Elavoco, encorajou, esta segunda-feira, a sociedade a protestar, cada vez mais, contra todas as formas de tristeza, indignação, repulsa e maus-tratos à mulher.
O responsável intervinha no final da marcha de repúdio à violência contra a mulher e a menina, numa iniciativa do gabinete da Acção Social, Família e Igualdade de Género, decorrida sob o lema “Para todas as mulheres e meninas: direitos, igualdade e empoderamento”.
Angelino Elavoco disse que todas as franjas devem soltar suas vozes para dar um basta à violência e lutar, de forma efectiva, para salvaguardar a integridade física e moral das mulheres.
Falou que para a Organização Mundial da Saúde a violência contra a mulher ou baseada no género, tem como resultado o dano físico, sexual, psicológico, incluindo ameaças, coação e a privação arbitrária da liberdade, seja na vida pública ou privada.
Por isso, referiu que, por se tratar de um mal que fustiga a mulher e a menina, com atraso no seu desenvolvimento social e das comunidades, em Angola, a violência doméstica ou baseada no género tem merecido um combate cerrado à luz dos dispositivos legais, conforme consagra a Constituição da República.
Lamentou o facto de, mesmo com dor e maltrato, muitas mulheres ainda não têm a coragem de se manifestar ou denunciar, enquanto outras são silenciadas ao longo do tempo.
Daí que, continuou, esta luta não pode ser apenas do sector da Justiça, mas, também, de todos, para que as mulheres e as meninas vivam e cresçam sem medo e sem sofrer a discriminação ou violência.
A marcha, iniciada no pavilhão gimnodesportivo da Cidade Baixa e terminada no pátio adjacente ao multiusos Osvaldo de Jesus Serra Van-Dúnem, na parte Alta, contou com a participação de centenas de mulheres de diversos estratos sociais desta região do país.
Durante a marcha gritavam e exibiam cartazes com dizeres como "Stop à violência", “Feminicídio não é tragédia, é crime. Não podemos aceitar o inaceitável”, “Toda mulher tem o direito de viver sem medo”, “O silêncio protege o agressor, a denúncia protege a vítima. Quebremos o silêncio” e “Dizer não é um direito. Respeitar é uma obrigação”.
Gritavam, ainda, “Violência não é culpa da vítima. Culpar quem sofre é perpetuar o ciclo do abuso”, “Amor não prende, não humilha, não ameaça. Se machuca, não é amor”, “Foi só uma vez já é uma vez a mais do que deveria. Violência não tem desculpa” e “Não confunda amor com agressão”. ZZN/JSV/ALH