Benguela - A Igreja Evangélica Sinodal de Angola (IESA) preparou, na presente campanha agrícola, mais de 150 hectares de terra em todo país para o cultivo do grão de milho, e possui 260 cabeças de gado bovino para o fomento da pecuária, soube, este domingo, a ANGOP.
Segundo o coordenador do seu Departamento de Desenvolvimento Comunitário, Silvano Levy, além da cultura de milho, estão também apostados na produção de frutas, soja, feijão, dentre outros produtos.
A título de exemplo, referiu que no município do Cuima, na província do Huambo, estão já a colher milho numa extensão de 60 hectares, projectando-se uma recolha de 180 toneladas do grão.
No mesmo local, esperam colher feijão frade num espaço de cinco hectares e estão plantados quatro hectares de soja.
Segundo o responsável, o plantio adoptado assenta numa multiplicação de culturas num só terreno, para obtenção de maior sustentabilidade.
Relativamente à pecuária, referiu que dispõem de animais de corte que também servem para tracção animal.
Silvano Levy explicou que a IESA procura inserir as comunidades circunvizinhas nos seus projectos, proporcionando acções de formação sobre técnicas de cultivo.
Projectos em curso
Entretanto, o presidente da Igreja Evangélica Sinodal de Angola, Diniz Marcolino Eurico, informou que a denominação possui três grandes projectos em curso.
Falando à imprensa, o líder religioso mencionou o projecto 301, que consiste na multiplicação de animais de tracção.
O presidente afirmou que começaram com 60 cabeças de gado bovino e actualmente já possuem 260 em todo país.
O responsável explicou que esses animais, para além de servirem de alimentação quando há encontros da igreja, são utilizados nos processos de capacitação das comunidades como tractores para trabalhar a terra.
Deu como o exemplo um núcleo que possuem no Lucusse/Moxico, onde as comunidades locais estão a aprender a trabalhar a terra utilizando os animais como tracção.
O líder da IESA falou também do projecto de fruticultura, onde ensinam as pessoas a plantar esse tipo de árvores, melhorando assim a dieta das comunidades.
Mencionou ainda o projecto Esperança, que foi lançado em 2019 quando a seca assolava o Sul de Angola. Esse projecto visou ensinar as comunidades a plantar culturas resistentes à seca, como o feijão, massango, massambala, mandioca, dentre outras.
Referiu que, há quatro anos, o Presidente da República, João Lourenço, orientou a distribuição de tractores às igrejas e a IESA havia sido contemplada com seis.
"Naquela altura, pensamos em utilizar os espaços agrícolas das nossas oito missões e distribuimos os tractores por elas (Cubal, Benguela, Ganda, Catala, Matala e Caluquembe)", disse.
Segundo Diniz Marcolino Eurico, esses meios estão a ser usados para acelerar o processo produtivo das comunidades, combatendo-se, deste modo, a fome e a pobreza.
No capítulo social, a igreja possui uma universidade, escolas do ensino médio, do I e II ciclos, primárias, para além da Radio Maranata.
A IESA tem 127 anos de existência e ela junta desde sempre o ensino do espiritual ao material, segundo o seu presidente.
A igreja prega o evangelho e ensina as comunidades a trabalhar a terra para o auto-sustento.
Ela possui mais de um milhão e 500 mil fiéis em Angola e está representada em países como a Namíbia, Zâmbia, Botswana, Malawi, Moçambique, Brasil, dentre outros. CRB