Luanda – Pelo menos 350 mil pessoas em Angola são portadoras do HIV/SIDA, correspondendo a uma taxa de prevalência de 2%, informou hoje, sexta-feira, em Luanda, o presidente da ANASO, António Coelho.
O responsável da Rede Angolana de Organizações de Serviços de Sida, Tuberculose e Malária avançou essa informação no acto de abertura das Jornadas alusivas ao Dia Mundial da SIDA/2023 que se celebra no dia 1 de Dezembro.
António Coelho informou que do ponto de vista geográfico, as províncias mais afectadas são Luanda, que tem 2% da sua população afectada, e depois as Lundas Norte e Sul, Moxico e a província do Cunene.
Em relação à Luanda, particularizou, o território mais afectado com a doença é município de Viana, com maior incidência para o Distrito do Zango.
“Neste momento a situação é preocupante, e se não forem tomadas medidas, podemos evoluir para uma situação muito alarmante, por existir uma deficiência do ponto de vista de liderança política", referiu.
Segundo o presidente da ANASO, a Comissão Nacional de Luta Contra o SIDA funciona de forma deficiente, porque tem limitações de insumos, anti-retrovirais, disponibilidade de preservativos e testes.
“Entretanto, precisamos de uma liderança política mais afectiva, de dados mais credíveis e informações mais actualizadas, bem como de mais comprometimento das pessoas envolvidas (.....)", alertou.
António Coelho referiu-se igualmente a fundos adicionais para o apoio às acções comunitárias, tendo em conta que a luta contra o SIDA em Angola, assenta numa base medicalizada em que o tratamento é fundamental.
O responsável adiantou que um dos principais objectivos da Jornada é resgatar a luta, por notar que, nos últimos tempos, a luta contra o SIDA ficou parcialmente adormecida por conta da entrada da pandemia COVID-19.
"Agora que esta pandemia está controlada, temos que continuar a trabalhar no resgate da Luta contra o SIDA em Angola, através da mobilização de mais vontades, porque a luta pela doença é um compromisso de todos nós", salientou.
Na ocasião, a presidente do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre VIH/SIDA (ONUSIDA), Regue Vuga, disse que esse organismo lidera e inspira o mundo para alcançar a sua visão compartilhada de "Zero Nova Infecção por VIH, Zero Discriminação e Zero Morte Relacionada com o SIDA.
"Sendo assim, as realizações de jornadas e actividades são fundamentais para a campanha da luta contra essa pandemia, que exige união e acções em casa, nos bairros, locais de trabalho e espaços públicos , para combatermos esse mal", considerou.
Regue Vuga apelou também maior interacção entre o Governo e as organizações ou associações de luta contra o SIDA e que se pauta mais pelo diálogo para o aliamento necessário para reduzir também a dependência do apoio de organizações internacionais.
O Estado, explicou o presidente da ANASO, através de um fundo doméstico deve apoiar mais as acções comunitárias de combate contra o SIDA e grandes endemias.
As referidas jornadas alusivas ao Dia Mundial do SIDA estão a decorrer sob o lema "Deixem as comunidades liderarem" e, em Angola, prevêem a realização seminários, testagem voluntaria, distribuição de camisinhas, dentre outras acções.
SL/MDS