Luanda – O Presidente da República, João Lourenço, advogou, esta terça-feira, o reforço da cooperação no sector da defesa e segurança com os Estados Unidos da América (EUA).
Falando na abertura das conversações oficiais entre as delegações de Angola e dos EUA, na presença do seu homólogo norte-americano, Joe Biden, o Chefe de Estado angolano disse que gostaria de ver incrementada a cooperação neste domínio, sobretudo no acesso às escolas e academias militares, no treino militar em Angola, bem como na realização de mais exercícios militares conjuntos.
O Presidente João Lourenço quer, igualmente, ver incrementada a cooperação nos programas de segurança marítima, para a protecção do Golfo da Guiné e do Atlântico Sul, assim como no programa de reequipamento e modernização das Forças Armadas Angolanas.
Por outro lado, referiu que importantes projectos de investimento público estão em curso, com o financiamento do EXIMBANK americano, do CITI Capital e a Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional (DFC), com empresas americanas como a SUN África, a Africell, a Mayfair Energy, a Acrow Bridge, a GATES Air entre outras.
Apontou também os investimentos das petrolíferas Chevron e ESSO, que estão em Angola há várias décadas, assim como inúmeras empresas americanas prestadoras de serviços neste ramo.
Com a empresa Amer-com, referiu o Chefe de Estado, Angola está a trabalhar na construção de silos de grãos e pontos de recolha em plataformas e parques ao longo do Corredor do Lobito e de outros pontos considerados potenciais celeiros do país, no quadro da segurança alimentar.
Em relação ao sector da Saúde, destacou que da cooperação com a USAID, a GAVI e o Fundo Global, Angola tem beneficiado bastante dos programas de combate à malária, à tuberculose, ao VIH-SIDA, à COVID-19, assim como do programa de cirurgia robótica, que começa a ser uma realidade em Angola, numa parceria com o renomado hospital da cidade de Orlando, na Flórida.
João Lourenço manifestou, também, o desejo de ver os investidores americanos envolvidos na construção das linhas de transportação de energia de alta tensão, no regime de parcerias público-privadas para os países da África Austral, nomeadamente para a região do Copperbelt, na Zâmbia, bem como para a RDC e Namíbia, conectando a rede eléctrica dos países da SADC.
Disse que o projecto ANGOSAT 2 trabalha com a NASA e a Maxar Technologies na aquisição de imagens satélite de alta resolução, para a monitorização das calamidades naturais, nomeadamente na implementação do Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola (PCESSA).
Durante a sua intervenção, enalteceu o facto de Luanda albergar, em Junho de 2025, a realização da Cimeira EUA/África, que vai aproximar políticos, empresários, académicos e a sociedade civil americana e africana, para falar de negócios, de história, de cultura, enfim, de interesses cruzados.
Afirmou, por outro lado, que a visão e o engajamento do seu homólogo para o sucesso do Corredor do Lobito, assim como a sua contribuição para o programa de transição energética, com a construção dos parques solares no sul de Angola, serão sempre lembrados como “um grande contributo” para a segurança alimentar e energética, para o desenvolvimento económico e social de Angola e da região austral de África.
O Presidente Joe Biden encontra-se, desde segunda-feira, em Angola para uma visita de três dias, no quadro do reforço da cooperação bilateral.
Trata-se de uma visita histórica, por ser a primeira de um Presidente dos EUA a Angola.
No quadro do programa, Joe Biden visita, ainda hoje, o Museu da Escravatura, onde fará um discurso para destacar a força duradoura e a relevância das relações dos EUA com Angola, em particular, e África, no geral, e no enfrentamento de uma ampla gama de desafios globais.
Quarta-feira, desloca-se à província de Benguela, onde vai tomar conhecimento da fábrica do Grupo Carrinho, bem como visita o Porto do Lobito, uma importante infra-estrutura do Corredor do Lobito.ART