Luanda – “Os Ganhos da Paz na Perspectiva Política, Económica e Social” foram abordados, esta quarta-feira, durante uma conferência alusiva ao 23º aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, que celebra-se na próxima sexta-feira (4), promovida pela Universidade Lusíada de Angola.
O dossiê da efeméride foi rubricado a 4 de Abril de 2002, entre as Forças Armadas Angolanas (FAA) e a FALA (UNITA).
Em declarações à imprensa, o nacionalista Ngola Kabangu (FNLA), considerou os 23 anos de paz, como extraordinária, apesar de ter sido uma conquista duramente alcançada, afirmando ser efectiva, que já permite a circulação de pessoas e bens, em todo território nacional.
Segundo o político, os angolanos deveriam ser mais ousados para realizar a paz social, das famílias, dos corações, asseverando que permite mais estabilidade política e a criação das bases para uma genuína reconciliação nacional
“ A paz está aí, devo saúda-la, defendê-la com garra e dizer longe, e muito longe à guerra”, referiu.
Questionado sobre os 50 anos de Independência, que o país vai assinalar a 11 de Novembro do corrente ano, referiu que foi um processo longo e penoso, que teve muitos ganhos, tendo apontado a própria liberdade dos angolanos e a integridade territorial de Angola.
Para o nacionalista, Isaías Samakuvo (UNITA), a paz não é só a ausência da guerra, mas também tranquilidade, sossego de espírito, satisfação das aspirações e dos desejos do dia-a-dia do cidadão.
Por este facto, considerou que “há necessidade de se fazer uma reflexão profunda sobre esses aspectos”.
Por sua vez, o político Vigílio Tyova (MPLA), advogou que o país precisa continuar a trabalhar para que os seus benefícios (da paz) sejam efectivos nos domínios social, da justiça e económico para todos os cidadãos, daí a importância do “calar das armas”.
Considerou fundamental a paz para que a nação possa crescer, garantir a consolidação da democracia representativa e participativa, que envolva a sociedade civil, referindo ser um elemento estruturante no contexto de um país.
Entre os vários ganhos dos 23 anos de paz e 50 de independência, destacou a estabilidade política, fazendo referência à aprovação da Constituição, que substitui a Lei Constitucional, que vigorou na década de 90, aos pleitos eleitorais realizados, a reforma administrativa pública, a reabilitação de infra-estruturas sociais e económicas, entre outras acções.
Já o reiterou da Universidade Lusíada de Angola, Mário Pinto de Andrade, advogou que a paz deve ser preservada, para perpetuar, salientado que por tal facto foram convidados para prelectores entidades de três gerações, apontando Ngola Kabangu (primeira geração), Isaías Samakuva (segunda) e Vigílio Tyova (terceira).
Referiu que convidou tais personalidades para passarem a mensagem aos jovens académicos, sobre aquilo que foram os 27 anos de conflito armado e o que está a ser feito com os 23 anos de paz, visto que na altura muitos dos estudantes ainda não estavam nascidos.
Por outro lado, frisou que a iniciativa serviu para terem a percepção que estão a viver numa paz, visto que quase todos os dias as televisões passam informação sobre as guerras na RDC, Palestina e noutros países.
Destacou os 23 anos de paz como um bem público, que está a permitir aos angolanos desenvolver o país, ao invés do dinheiro ser gasto para a defesa da soberania.
Várias actividades estão a decorrer no país, no âmbito do 23º aniversário do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, que será celebrado na próxima sexta-feira (4 de Abril). LDN/SC