Malanje- A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Bragança, reafirmou hoje, em Malanje, a contínua criação de políticas de apoio às mulheres na ciência, com vista a proporcionar cada vez mais acesso ao ensino a esta franja.
Ao discursar no acto central antecipado alusivo ao Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, a assinalar-se a 11 deste mês, a dirigente disse que formar as mulheres para a ciência não é apenas uma questão de justiça social, mas também de estímulo ao seu potencial investigativo.
Assinalou que a sub-representação da mulher na ciência constitui obstáculo à promoção do progresso e desenvolvimento sustentável em vários sectores, remetendo para a necessidade de reforço da sua inclusão nos processos de liderança na comunidade científica.
Neste sentido, destacou as acções do Executivo na oferta de bolsas de estudo para meninas e mulheres nos cursos de graduação e pós-graduação no domínio das ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas.
Apesar disso, lamentou haver ainda desigualdade de género na ciência e defendeu a contínua monitorar da aplicação das estratégias, de modo a reformulá-las ou traçar novas medidas.
A título de exemplo, apontou que de 2015 a 2022 a frequência de mulheres em cursos de ciências, tecnologias, engenharias e matemáticas nos níveis de graduação, no país, foi de 23 por cento, uma cifra que disse estar abaixo das expectativas.
No âmbito do Programa de Apoio ao Ensino Superior em Angola, que conta com o financiado pela União Europeia para sete cursos de mestrado e doutoramento, as mulheres têm uma representatividade de apenas 20 por cento, sendo que situação idêntica regista-se com as bolseiras internas e externas, controlados pelo Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE).
Maria do Rosário Bragança precisou que estes indicadores influenciam grandemente na baixa representatividade das mulheres na carreira docente do ensino superior e na carreira de investigador científico, actualmente cifrado em 22 por cento.
Por sua vez, o vice-governador de Malanje para o sector político, económico e social, Franco Mufinda, destacou a importância do Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, por configurar uma iniciativa global para aumentar a visibilidade das mulheres neste domínio.
Para incentivar a inclusão feminina na ciência, acrescentou, algumas medidas têm sido adoptadas pelo Executivo, nomeadamente criação de programas de mentoria para mulheres, apoio às redes de mulheres na ciência para troca de experiências, políticas para igualdade de género, combate ao assédio e discriminação no ambiente de trabalho científico e académico, entre outras.
O acto central antecipado foi prestigiado pela assessora para área Social da Vice-presidente da República, Elsa Bárber, pelas Secretárias de Estado para Ciência e Tecnologia e Inovação, da Família e Promoção da Mulher, nomeadamente Alice de Ceita e Alcina Lopes da Cunha e pelos membros do governo e estudantes universitários.
O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, comemorado anualmente em 11 de Fevereiro, foi instituído pela UNESCO em 2015, com o objectivo de fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, principalmente do ponto de vista da educação. ACC/PBC