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Retrospectiva 2022: Lançamento do ANGOSAT-2 marca o ano

     Economia              
  • Luanda • Domingo, 25 Dezembro de 2022 | 15h49
Satélite Angolano Angosat-2(Foto ilustração)
Satélite Angolano Angosat-2(Foto ilustração)
Cedida

Luanda – O lançamento do satélite angolano, ANGOSAT-2, em Outubro, marcou o ano de 2022 no sector das telecomunicações.

O satélite, cuja gestão já está a cargo de Angola, depois dos testes em órbita, é composto de dois módulos, nomeadamente a plataforma Express 1000 e a carga útil, tendo esta última sido da responsabilidade da Airbus Defence and Space.
 
Com vida útil prevista de 15 anos, o ANGOSAT-2 é um dos projectos do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), órgão afecto ao Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social.
 
Ainda no sector das telecomunicações, merece destaque a entrada no mercado angolano de uma nova operadora de telefonia, a Africell.
 
O mercado tornou-se, assim, mais competitivo, já que, em menos de um ano, conseguiu pelo menos cinco milhões de clientes, quase metade do total de consumidores da Unitel, que apresenta uma carteira de 12 milhões de clientes.
 
Nova unidade da Refinaria de Luanda


 
A entrada em funcionamento da nova unidade de produção da Refinaria de Luanda, que reduziu em 15% a importação de gasolina, ao quadruplicar a sua produção para um milhão 580 mil litros por dia, é outro destaque do noticiário económico nacional.
 
Com a actual produção, Angola poupa 300 milhões de dólares americanos (USD), pois a produção cobre agora 45 por cento das necessidades internas de gasolina.
 
O Novo Complexo de Gasolina da Refinaria de Luanda enquadra-se no Plano de Desenvolvimento Nacional (PND 2018-2022) para o sector petrolífero e visa, sobretudo, garantir a auto-suficiência de produtos refinados, com a construção de novas refinarias e a  ampliação da situada na capital do país.
 
Ao longo do ano, mereceu, igualmente, realce o início da construção da Refinaria do Soyo, na província do Zaire, concebida para processar 100 mil barris de petróleo por dia e a ser construída mediante uma parceria entre a Sonangol e o consórcio Quanten Angola.
 
Minas em destaque


 
No subsector das minas, o destaque recai para a descoberta do maior diamante rosa do mundo, com cerca de 170 quilates.
 
Considerada a maior descoberta do subsector nos últimos 300 anos, a pedra recebeu o nome de "Rosa do Lulo" e foi vendida em leilão no mercado internacional por 71,2 milhões de dólares.
 
Privatização do BCI
 

No domínio bancário, realce para a privatização do Banco do Comércio e Indústria (BCI), em leilão na Bolsa no Valor por 16,5 mil milhões de kwanzas (Kz), ao grupo empresarial Carrinho.
 
Ainda no domíno das privatizações, o Governo angolano, através do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), obteve ganhos de 961 mil milhões de kwanzas.
 
Até Outubro, no âmbito do Programa de Privatizações (Propriv), tinham sido privatizados 94 activos e empresas do Estado, faltando 82, das quais 31 têm o processo em curso.
 
Durante o ano, também constituiu facto noticioso a revogação, pelo Banco Nacional de Angola (BNA), da licença do Banco Prestígio, por falta de manutenção dos fundos próprios regulamentares, rácios abaixo dos mínimos legais e ineficácia na implementação de medidas correctivas determinadas pelo regulador.
 
A medida culminou no desaparecimento do Banco Prestígio do sistema financeiro do país.
 
O instrutivo do BNA que fixa as regras para a concessão de crédito à habitação pelos bancos é outro facto relevante do ano.

A taxa de juros estabelecida pelo Banco Central é de 7%, para   facilitar o acesso ao processo.
 
Em relação à Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (BODIVA), é de salientar o record do montante anual negociado, cifrado em 1,1 bilião de kwanzas, superando o de 2021.
 
Fomento da cultura de cereais


 
O sector agro-pecuário foi marcado pelo lançamento do Plano Nacional de Fomento para a Produção de Grãos (Planagrão), aprovado pelo Executivo angolano, em Julho, com o objectivo de aumentar a capacidade de produção de trigo, arroz, milho e soja.
 
Actualmente, o país produz cerca de 3.14 milhões de toneladas de grãos/ano e, a partir de 2027, prevê produzir seis milhões de toneladas desses cereais, num projecto a ser desenvolvido numa área de dois milhões de hectares e orçado em cerca de 1.6 mil milhões de kwanzas.
 
Corredor do Lobito e ligações marítimas

 
A adjudicação do Corredor do Lobito a um privado e o início da ligação marítima Luanda-Cabinda –Luanda, por catamarã, marcaram o ano no sector dos transportes.
 
O consórcio Trafigura, Vecturis e Mota Engil, que ganhou a concessão do Corredor do Lobito, perspectiva um investimento na ordem de USD 400 milhões.
 
O investimento visa, entre outros aspectos, operacionalizar a infra-estrutura e assegurar os serviços ferroviários e logísticos.
 
Preço do petróleo no mercado


 
A subida “surpreendente” do preço do barril de petróleo, que atingiu valores acima de USD  125, superando a referência do Orçamento Geral do Estado (OGE), fixada em USD 59, e, consequentemente, permitiu ao Estado arrecadar, em receitas petrolíferas, Kz 7,07 biliões, mais de 69% do total das receitas fiscais do país, marcou, igualmente, o ano prestes a findar.
 
A receita fiscal, arrecadada através do petróleo, representa dois terços dos Kz 10,3 biliões de (total das receitas tributárias que o país encaixou até Setembro), sendo que Kz 3,3 biliões de (um terço), corresponde a receitas não petrolíferas, segundo a Administração Geral Tributária (AGT).
 
A subida do preço do crude reanimou a economia nacional e contribuiu para a queda da dívida pública do país, que poderá situar-se entre 66 e 60% do Produto Interno Bruto (PIB) até final deste ano, como antevê o Governo, já que mais de 80% da dívida é em moeda estrangeira e o comércio do petróleo tem permitido a entrada abundante de divisas.
 
De acordo com o Ministério das Finanças, a dívida pública tem vindo a reduzir em relação ao PIB, pois, em 2020, esteve em 136 por cento e, em 2021, a 80 por cento.
 
Na sequência do aumento do preço do petróleo, decorrente da guerra entre a Rússia e a Ucrânia, desde Fevereiro deste ano, Angola pagou uma parte da sua dívida à China com receitas petrolíferas, reduzindo de USD 351 milhões para USD 21,4 mil milhões.
 
O ano que ora finda deu sinais animadores de crescimento da economia do país, embora ainda se ressinta dos efeitos da pandemia da Covid-19.





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