Mocâmedes - A redinamização da actividade produtiva e a promoção do turismo foram apontadas sábado, em Moçâmedes, pelo governador provincial do Namibe, Archer Mangueira, como eixos fundamentais da governação para o ano de 2025.
Archer Mangueira, que discursava na cerimónia de cumprimento de fim de ano, considerou necessário manter a aposta no crescimento económico, com ênfase na criação de um pólo industrial para rochas ornamentais e na modernização do Porto de Moçâmedes, que serão fundamentais para atrair investimento e estimular as exportações.
Disse ainda que o projecto integrado da Baia de Moçâmedes, que teve início em 2018 com a modernização do Porto do Namibe, vai proporcionar aos investidores e aos agentes económicos, em geral, um conjunto de infra-estruturas vitais para o desenvolvimento da província.
No seu discurso, o governador apontou também o combate cada vez mais efectivo à pesca ilegal, um desafio complexo que, segundo ele, continuará entre as prioridades de governação para o próximo ano.
A aposta no turismo, conforme ressaltou o governador, reúne cada vez mais consenso, em todas as suas vertentes, com a ofertas de produtos turísticos diferenciadores, que tirem partido do sol, do mar, da natureza e do património histórico e cultural.
"Continuamos a contar com o apoio do executivo central na melhoria dos acessos e na obtenção de certificado internacional para o aeroporto Welwitchia Mirabilis. E insistimos na necessidade de maior flexibilidade das condições para atrair investimentos no sector, principalmente no domínio hoteleiro e da restauração", disse.
Na ocasião, apontou igualmente à geração de emprego como sendo indissociável a valorização da responsabilidade social das empresas, que devem estar estará centrado em iniciativas que qualifiquem e integrem mais cidadãos no mercado de trabalho.
"Neste sentido, lanço o apelo à um maior pragmatismo, realismo e sentido de urgência das estruturas centrais do executivo, principalmente nos domínios que alavancam, apoiam e são indispensáveis ao sector produtivo (energia e águas, agricultura, obras públicas e finanças)," acrescentou.
Frisou ainda ser necessário reduzir a burocracia e fomentar um apoio mais efectivo às micro, pequenas e médias empresas.
"Refiro-me à necessidade de maior dinamismo e de procedimentos mais expeditos por parte das instituições públicas financeiras vocacionadas para o apoio ao sector produtivo, entre as quais o Bando de Desenvolvimento de Angola, o Fundo de Garantia de Crédito e o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário, bem como os bancos comerciais que só apoiam os grandes empresários", ressaltou.
Para o governador, esta mudança de comportamento é indispensável para a melhoria do ambiente de negócio, sem a qual será muito mais difícil realizar plenamente o programa do executivo de diversificação económica.
Sublinhou que as instituições que têm o papel de apoiar a actividade produtiva devem agir sempre em função do quadro macroeconómico e da realidade que se apresenta.
"Se pretendemos fazer crescer a nossa economia, devemos dosear bem a carga fiscal. Os impostos são essências para garantir que as despesas inscritas no Orçamento Geral do Estado (OGE) possam ser executadas", sublinhou.
Participaram desta cerimónia membros do governo, deputados, membros da sociedade civil, empresários e representantes dos partidos políticos, autoridades tradicionais e eclesiástica, entre outras. FA/SC