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Rei do Bailundo quer contributo da BJLA na escrita da história do reino

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  • Huambo • Sexta, 24 Março de 2023 | 15h18
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Rei do Reino do Bailundo, Tchongolola Tchongonga
Rei do Reino do Bailundo, Tchongolola Tchongonga
Pedro Parente

Bailundo – O Rei do Bailundo, Tchongoloa Tchongonga, pediu, esta quinta-feira, o contributo da Brigada Jovem de Literatura de Angola (BJLA) na escrita e publicação de um livro que retrata a história do reino pertencente à etinia Ovimbundu.

O pedido foi feito durante um encontro que o soberano manteve com uma delegação da BJLA, realizado na Ombala Yo Mbalundu, arredores da sede municipal do Bailando, encabeçada pelo seu presidente nacional, Carlos Pedro.

A delegação da organização juvenil literária deslocou-se à Ombala do reino do Bailundo, um dos cinco da província do Huambo, no seguimento do programa do seu II encontro nacional do brigadíssimo literário, realizado na cidade do Huambo, de 22 a 23 de março, sob o lema: “Ao sopro da poesia, ninguém impede a chuva”, com a participação de delegados idos das 18 províncias do país.

Na ocasião, Tchongolola Tchongonga disse que o grande desafio do seu reino, para este ano, é sair da história oral para a escrita, para que o verdadeiro historial do reinado seja, cada vez mais, divulgado e conhecido.

“Para a concretização deste desafio, formulamos este à BJLA, que tem muitos membros escritores, de modo a nos ajudar a escrever toda a nossa história, desde as vivências antigas dos integrantes da corte do Bailundo, que data desde a antiguidade”, referiu.

De acordo com o soberano, o pedido foi aceite pela direção da organização juvenil literária do país, tendo, por isso, apontado como previsão da publicado do livro, com a história completa do Reino do Bailundo, para final do presente ano.

Fez saber que, neste momento, já estão a ser recolhidas as narrativas dos anciãos do reino que conhecem os hábitos e costumes desta região do planalto central e as práticas dos reis que  dirigiram a corte, bem como outros conteúdos para a escrita do livro, que o país tanto espera.

Tchongolola Tchongonga augura que, pela história do reino do Bailundo, um dos mais relevantes da etnia ovimbundu, o livro venha marcar o país e a diáspora, onde vivem muitos descendentes da região e que querem ver escrito todo o legado dos seus soberanos, sobretudo do Rei Katyavala Ekuikui II.

Por seu turno, o presidente nacional da BJLA, Carlos Pedro, manifestou a disponibilidade da sua organização em ajudar na concretização dos desafios do reino do Bailundo, a julgar pela sua capacidade técnica, por estar constituída por muitos poetas, linguistas, críticos literários e escritores.

Depois do encontro, disse que outros passos serão dados após a recolha das narrativas pelos anciãos do reino, para que a BJLA faça o trabalho metodológico da escrita e consequente publicação do livro, com vista a eternizar a tradição oral africana, que vem desde os tempos remotos.

Historial do Reino do Bailundo

Com uma corte constituída por 36 membros, e o apogeu do Reino do Bailundo se deu durante o reinado de Ekuikui II, de 1876 a 1890. Mas, foi o Rei Katyavala I que fundou o mesmo, vindo das terras do Cuanza Sul com a sua família, quando habitou nas cercanias das montanhas de Halavala.

Antes do Século XVII, o reinado manteve-se à margem do domínio colonial. Só por volta de 1770/71 é que Portugal se instalou no Reino do Bailundo com a presença de um juiz. Em (1885) a colónia portuguesa já estava representada no reino com um capitão-mor. 

O rei Ekuikui II teve o cariz de diplomata exímio. Ousou evitar a guerra e incentivou à prática da agricultura na população, e, durante o seu reinado, o Bailundo não enfrentou grandes guerras. Depois da sua morte, sugiram as grandes guerras que culminaram com a subjugação da localidade e de toda a região do Planalto Central, isso em 1902.

Reinaram igualmente no Bailundo os reis Jahulo I, Samandalu, Tchingui I, Tchingui II, Ekuikui I, Numa I, Hundungulo I, Tchissende I, Jungulo, Ngundji, Tchivukuvuku Tchama Tchongonga, Utondossi, Bonji, Bongue, Tchissende II, Vassovava,  Katiavala II, Ekongoliohombo, Numa II, Moma, Kangovi, Hundungulo II, Mutu Ya Kevela (vice-rei), Tchissende III, Jahulo II, Mussitu, Tchinendele, Kapoko, Numa II, Pessela Tchongolola e Ekuikui III Ekuikui IV.

No território do Bailundo, com 573 aldeias e 79 Ombalas, abundam várias cadeias montanhosas, das quais se destacam as de Lumbanganda, Chilono, Nity e o morro do Halavala, onde jazem os restos mortais dos reis Katyava e Ekuikui, símbolos da resistência anti-colonial na região do Planalto Central.

Na província do Huambo, situada no Planalto Central de Angola, existem cinco reinos, designadamente o reino do Huambo, Chiaka, Sambo, Bailundo e do Chingolo.

Os delegados ao II Encontro Nacional do Brigadismo Literário analizaram, durante dois dias o relatório de actividades de 2022, plano de activodades para 2023, os estatutos da organização, manifesto literário e a uniformização dos principais projectos literários da BJLA.

A Brigada Jovem de Literatura de Angola (BJLA) representada em todo o país, existe no Huambo desde 1980.ZZN-VKY

 



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