Cachiungo – O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, reafirmou, este sábado, o objectivo do Governo angolano de transformar, até 2027, a matriz energética concentrada nas fontes térmicas para as limpas.
O governante falava após a inauguração da linha de interligação à rede nacional dos municípios do Cachiungo, província do Huambo, e do Chinguar, no Bié, no quadro do projecto de transição energética do país.
João Baptista Borges disse que a energia produzida por grupos geradores, com a utilização do gasóleo, representa perto de 60 por cento de tudo o que o país produzia em termos energéticos.
Realçou que o país está a mudar e hoje já tem 66 por cento de energia renovável, mais hídrica e um pouco solar, estando a evoluir com o objectivo de chegar até 73 por cento no final de 2027.
Afirmou ser uma acção importante do ponto de vista ambiental e da redução dos custos, pelo facto de a produção da energia térmica ser muito cara, devido aos gastos com os combustíveis, exaustão das máquinas e danos ambientais.
Para o ministro, a electrificação do país significa produzir uma energia que seja abundante, barata e sustentável, do ponto de vista ambiental e económico, um percurso que o Executivo angolano está a fazer.
João Baptista Borges citou o Presidente da República, João Lourenço, que, há dois anos, referiu, na Cimeira do Clima, na Escócia, que o objectivo de Angola é atingir pelo menos 72 por cento de contribuição de energias limpas na matriz energética mais verde.
Acrescentou que para o cumprimento deste desiderato decorrem obras importantes, como a construção da barragem de Caculo Cabaça, na província do Cuanza-Norte, que vai ser fundamental para este objectivo, além de outros investimentos em parques solares.
Também, segundo o governante, um dos objectivos do programa é conseguir que 50 por cento dos angolanos tenham acesso à electricidade, que significa pouco mais de 16 milhões de pessoas até 2027, um esforço financeiro na extensão da rede, para onde ainda não chegou, que dará perto de 250 mil ligações/ano.
Para além dos investimentos, prosseguiu, será, necessário cuidar da manutenção e operação. Para tal é importante formar quadros técnicos e fortalecer a estrutura empresarial do sector ministerial, que tem a responsabilidade de produzir e fornecer energia, bem como ter receitas pagas pelos consumidores.
Ao falar sobre a subestação, adiantou que o município do Cachiungo saiu de quatro para 24 horas do fornecimento de energia eléctrica, que chegará para todos os beneficiários, um grande salto quantitativo e qualitativo já mais visto na sua história.
Para a interligação do Cachiungo e Chinguar à rede nacional foram construídas, desde Janeiro último, uma subestação de 220/30 kilovolt com potência instalada de 20 megavolt ampere e lançados 30 quilómetros de cabo da rede de distribuição de média tensão.
Foram, igualmente, instalados 15 postos de transformação de 160 a 30/0,4 kilovolt ampere, lançados 29 quilómetros de cabo da rede de distribuição de baixa tensão, para além de 600 novos pontos de iluminação pública e realizadas mil 600 novas ligações domiciliares.
A iniciativa vai poupar, anualmente, ao Estado angolano perto de 380 milhões de Kwanzas, sendo 270 milhões na aquisição de um milhão 500 mil litros de combustível fóssil e KZ 110 milhões em despesas administrativas.
Além do município do Cachiungo, nesta província estão interligados à Rede Eléctrica Nacional, o Bailundo, Caála, Ecunha e Huambo, para além da comuna da Calenga, faltando a Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma. ZZN/ALH