Luanda - O antigo futebolista Carlos Alonso “Kali” afirmou esta quarta-feira à ANGOP, em Luanda, que o grande problema da Selecção Nacional tem sido o meio-campo no processo de construção ofensiva, enquanto a defesa revela-se consistente.
Falando por ocasião das duas partidas amistosas da data FIFA, disputadas recentemente em Marrocos (derrota de 0-1 com Marrocos e empate a zero bolas com as Ilhas Comores), disse que o sector intermédio ainda precisa de algum enquadramento e de maior dinâmica.
O antigo capitão dos Palancas Negras (como também é designado o combinado nacional) referiu que o técnico Pedro Gonçalves não tem um vasto leque de opções no referido sector e que quando faltam os titulares o colectivo ressente.
Quanto a linha defensiva, indicou que a evolução tem sido notória, abrindo nova perspectiva de melhoramento com a integração (estreia) de David Carmo, defesa central que evolui no Olympiacos da Grécia.
Para o ex-jogador do 1.º de Agosto, os resultados dos desafios amistosos não são relevantes, acrescentando que se trata de contextos totalmente diferentes de um jogo oficial, onde o nível de exigência é mais elevado.
“Não podemos comparar os resultados destes amistosos com a prestação de Angola no CAN da Côte d`Ivoire, por ser um contexto diferente que exige um entrosamento, uma equipa base, com maior preparação”, sustentou.
O desafio contra o Marrocos, líder do ranking africano, considerou ter sido complicado para Angola ainda que defensivamente tenha dado boa resposta, mas faltou maior criatividade no meio-campo e também oportunidades de golos no primeiro tempo, fundamentalmente.
No cômputo geral, conforme a fonte da ANGOP, acabou sendo um bom teste contra um adversário com jogadores de qualidade, apesar de lamentar o auto-golo do central angolano David Carmo.
Já contra as Ilhas Comores, disse ter sido diferente e que pelo nível equilibrado do oponente, Angola devia empenhar-se mais, reconhecendo, no entanto, que as várias substituições e a promoção de estreias no onze inicial terá influenciado no resultado.
Para ele, o conjunto nacional, teoricamente superior, devia assumir o controlo do encontro, ao invés, foi o oponente que dominou em alguns momentos.
“Este jogo foi uma espécie de treino. Porém, não desvalorizo o grupo pelo facto de consentir um empate (0-0)”, reiterou.
Questionado, particularmente, sobre as ausências do defesa Bastos Quissanga (Botafogo-Brasil) e do atacante Ary Papel (Al-Akhdar-Líbia), referiu ser um tema geralmente debatido, mas o seleccionador nacional já demonstrou que não cede a pressões.
Kali, um dos integrantes da selecção que disputou o Campeonato do Mundo (Alemanha`2006), afirmou serem dois jogadores com enormes qualidades e ainda no activo, sendo titulares nos respectivos clubes, mas fora dos planos do treinador Pedro Gonçalves.
“Estamos apenas a falar de atletas seleccionáveis e que não são opções do técnico. Assim, não cabe a mim responder as razões, por ser uma decisão do técnico”, sublinhou.
O antigo praticante, de 45 anos de idade, acha que os dois atletas possuem experiência e competências desportivas para integrarem o conjunto nacional, ressalvando, outra vez, a necessidade de respeitar as escolhas da equipa técnica.
Carlos Manuel Gonçalves Alonso, conhecido por Kali, jogou pelos Palancas Negras no Campeonato do Mundo decorrido na Alemanha, em 2006, e nos Campeonatos Africanos disputados no Egipto (2006), Ghana (2008), Angola (2010), Gabão e Guiné-Equatorial (2012).
Além de ter evoluído pelo 1.º de Agosto (2010-2014), também representou as equipas portuguesas do Barreirense (1998-2001 e 2005-2006) e Santa Clara (2001-2005), Sion da Suíça (2006-2009) e Arles-Avignon de França (2009).
IN/MC