Luanda - A presidente da Assembleia Nacional (AN), Carolina Cerqueira, defendeu esta segunda-feira, em Luanda, a união da classe parlamentar feminina na luta pelos seus direitos, justiça social, paz e democracia no mundo.
Carolina Cerqueira falava na abertura da reunião de mesa de mulheres parlamentares, no quadro da 147ª Assembleia-Geral da União Interparlamentar (UIP), que o país acolhe de 23 a 27 deste mês e cuja abertura acontece esta noite, na Baía de Luanda.
Referiu-se aos vários conflitos no mundo e chamou a atenção para a promoção do bem-estar social, pois os conflitos são uma ameaça à paz, a dignidade da pessoa humana, estabilidade, segurança e ao desenvolvimento dos Estados.
Conforme a líder da Casa das Leis angolana, as mulheres, em todos os continentes e a todos os níveis, têm uma voz contra atrocidades e à favor da paz global, que deve ser exprimida e ouvida, a qual passa à igualdade de oportunidades e pelo clamor do fim dos conflitos e da escalada da guerra que “assusta” o século XXI.
Salientou a importância do papel das parlamentares na defesa do “binómio justiça e paz”, tendo augurado que as participantes na 147ª reunião da UIP venham a dar o contributo necessário para a elevação da sua afirmação neste sentido.
“Temos que estar concertadas por uma acção parlamentar em defesa da paz, da justiça, da dignidade humana, falarmos da juventude, das oportunidades que os nossos países devem dar através da educação, formação técnica e tecnológica, em especial a jovem mulher”, sublinhou.
Carolina Cerqueira augurou que do encontro saia uma voz firme para que a acção parlamentar envolva todos na defesa das mudanças climáticas, que não sejam prejudiciais para o desenvolvimento sustentado, os efeitos negativos da crise energética, a segurança alimentar e nutricional, tendo em conta os efeitos da fome a nível mundial.
Realçou a importância das parlamentares na acção conjunta e dinâmica a favor da paz e da justiça, referindo ser, geralmente, a classe feminina, juntamente com as crianças, que nos conflitos armados é exposta a vulnerabilidade resultante dos efeitos mais nefastos e desumanos.
Por este motivo, citou, como exemplo, a situação no leste da República Democrática do Congo (RDC), no norte de Moçambique e a escalada de conflitos na Europa e no Médio Oriente, onde uma grande crise humanitária afecta o mundo.
Neste âmbito, defende que os ordenamentos jurídicos dos países a nível do mundo velem mais pela igualdade de direitos, oportunidades e equidade efectiva das mulheres, assim como agravem os crimes contra os seus direitos e das crianças, contra à violência doméstica e contra menores.
Por outro lado, a presidente da Assembleia Nacional regozijou-se pelo facto de a corrida à presidência da União Interparlamentar (UIP) envolver quatro senhoras, ponto assente que haverá uma mulher na liderança da instituição para os próximos três anos, e apelou para que a classe saiba honrar a democracia.
“Que a concertação e o diálogo nos levem a um termo de responsabilidade e de assunção da nossa escolha, defendendo sempre os valores dignos e mais elevados da democracia”, asseverou. VC/SC