Luanda – O serviço da dívida do Estado angolano, para exercício económico de 2025, está fixado em 57,4 biliões de kwanzas (58,61 mil milhões de dólares), o que representa 63% do Produto Interno Bruto (PIB), anunciou esta segunda-feira, em Luanda, a ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa.
Ao apresentar o Plano Anual de Endividamento (PAE) 2025, a governante disse que o serviço da dívida governamental, para este ano, está estimado em aproximadamente 13,2 biliões de kwanzas, equivalentes a cerca de 13,53 mil milhões de dólares, com uma projecção de captação de cerca de 14,6 biliões de kwanzas (14,93 mil milhões de dólares).
Segundo a ministra, nos últimos três anos, o servido da dívida angolana teve uma trajectória média de 16 mil milhões de dólares/ano, tendo a China como maior credor.
“O endividamento é um instrumento estratégico para o crescimento e desenvolvimento do nosso país, obviamente, que a solução óptima será sempre a arrecadação de receitas fiscais, a utilização de recursos próprios, mas o endividamento público é um instrumento que não podemos deixar de considerar”, afirmou.
Vera Daves de Sousa considerou a gestão da dívida pública como uma tarefa exigente, desafiante, mas fundamental para garantir a estabilidade macroeconómica e financiamento das prioridades de desenvolvimento.
Em relação ao endividamento de Angola no mercado internacional, realçou que, de forma proactiva, o Governo antecipou parte do vencimento dos eurobonds e das emissões que estariam a vencer no corrente ano.
Acrescentou que essas emissões passaram de um montante de 1,5 mil milhões de dólares para USD 864 milhões, numa “operação de sorte”, porque o Executivo entendeu ser o momento oportuno, facto que permitiu produzir esse serviço da dívida.
Na perspectiva do mercado doméstico, a titular da pasta das Finanças esclareceu que a alteração do perfil da dívida também é notável no seu novo modelo desconcentrado.
Para Vera Daves de Sousa, Angola tem feito um caminho satisfatório, tendo saído de números acima 100% do PIB.
Na ocasião, Vera Daves de Sousa reafirmou o compromisso do Executivo angolano com a transparência, responsabilidade e sustentabilidade das políticas de gestão da dívida pública. OPF/QCB