Luanda – O secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para a África, António Pedro, defendeu, nesta quinta-feira, um maior investimento na educação e formação de quadros, para combater a pobreza e promover a industrialização da África Austral e do continente, em geral.
Ao discursar na abertura da 43ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), António Pedro referiu que as dificuldades do continente, como a pobreza e os conflitos, contrastam com a abundância de recursos naturais.
Advogou igualmente a adopção de estratégias para combater a pobreza e as desigualdades, afirmando que a quebra deste “círculo vicioso” requer uma visão estratégica e deve ser apoiada pela industrialização, a transformação construtiva dos países da região, em particular, e de África, em geral.
Anunciou a realização, no próximo ano, de uma cimeira sobre o futuro de África, para debater as estratégias a adoptar a médio e longo prazos, para que o continente possa progredir no século XXI, dando como exemplo o Bangladesh, que exporta mais têxteis num mês do que 14 países africanos num ano.
Para acelerar o ritmo de industrialização da região, sugeriu, também, a constituição de parcerias, a criação de um ambiente adequado ao investimento nacional e a aposta no ensino profissional e universitário.
O alto funcionário da ONU defendeu, de igual modo, uma maior aposta nas tecnologias, para acelerar o crescimento sustentável e criar empregos nos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, bem como a necessidade de se incentivar a criação de cooperativas e da mobilização de financiamento para a economia.
António Pedro sugeriu também uma maior aposta na economia verde, para reduzir a emissão de dióxido de carbono e preservar o ambiente.
Considerou fundamental investir em energias eólica e solar, para melhorar os sistemas de electrificação regional, por forma a alavancar as oportunidades de negócios e acelerar o desenvolvimento sustentável.
A Cimeira da SADC é responsável pela orientação política geral e pelo controlo das funções da comunidade, tornando-se a instituição decisória da organização. Realiza-se todos os anos, com a participação dos Chefes de Estado e de Governo dos 16 Estados Membros.
Integram a SADC Angola, Botswana, Comores, República Democrática do Congo, Eswatini, Lesotho, Madagáscar, Malawi, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Seychelles, África do Sul, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. JFS/AL/ADR