Abu Dhabi (Dos enviados especiais) - O Presidente da República, João Lourenço, afirmou esta terça-feira que, até 2027, Angola vai usar 77 por cento de energia renovável. 

O Chefe de Estado angolano assumiu este compromisso durante a sua intevenção no painel sobre Energia Limpa em África, no quadro da Semana da Sustentabilidade Abu Dhabi 2023. 

Actualmente, Angola produz 76 por cento de energia a partir de fontes amigas do ambiente, contribuindo para que o África seja o continente que menos polui, emitindo 25 por cento de gás com efeito estufa. 

João Lourenço informou que o país traçou acções complementares no domínio da gestão sustentável. 

"Estamos a construir uma grande barragem hidroeléctrica que vai adicionar 2.3 gigawatts de energia hidroeléctrica", disse, adiantando que, a médio prazo, a meta é produzir mais 1.2 gigawatts a partir de parques solares. 

Perante uma plateia atenta, o Presidente angolano reiterou a determinação de Angola de continuar comprometida com a acção climática e a adopção de um modelo de desenvolvimento de baixo carbono. 

Afirmou, na ocasião, que Angola está a dar os primeiros passos para produzir hidrogénio verde e que o país está aberto à produção de energia eólica. 

Por outro lado, informou que, a par da produção, Angola está empenhada na construção de novas linhas de transportação de energia para os diferentes cantos do país. 

João Lourenço deixou claro que um dos objectivos de África  é alcançar a industrialização nas próximas décadas, mas alertou que o continente não deve repetir o que aconteceu em outras partes do mundo, em que o processo de industrialização causou consideráveis danos ambientais. 

Quanto à realização da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28), que os Emirados Árabes Unidos vão acolher em Novembro, disse encarar o evento com muita esperança. 

Durante a abordagem no painel sobre Energia Limpa em África, o Chefe de Estado angolano encorajou a transição para a energia não poluente. 

João Lourenço interveio no painel ao lado do homólogo da Zâmbia, Hakainde Hichilema.