Luanda - O ministro da Cultura, Filipe Zau, destacou, esta quinta-feira, em Luanda, o papel da Rádio Nacional de Angola (RNA) na cooperação entre as línguas oficial e as maternas africanas, salvaguardando a sua relevância no processo de desenvolvimento de Angola e como património cultural linguístico.
O governante fez essas declarações no acto central do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que se assinala a 18 do corrente mês, realizada na RNA, onde descerrou a placa que classifica o seu edifício como Património Cultural Nacional e efectuou visita à exposição e às instalações.
Filipe Zau realçou que Angola é um país multicultural e plurilingue, cujas vertentes de identidade resultam de múltiplos factores como a civilização maioritariamente bantu e o contacto com a civilização europeia, que deram origem ao ideal independentista.
O governante frisou que, paralelamente à consciência política da necessidade de criação da unidade nacional, nasce a consciência da diversidade cultural prevalecente com respeito à diferença, um desiderato que não deixa de ser cumprido pela RNA.
Ainda na esfera cultural, continuou, para além das captações registadas em reportagens específicas, a CT1 levou a cabo um papel relevante na promoção e difusão da música angolana.
Por outro lado, enfatizou que, no âmbito do Dia dos Monumentos e Sítios, é sempre hábito a listagem de um conjunto de patrimónios a ser reconhecidos para que gerações vindouras possam se lembrar e tendo sempre em consciência o que é grande parte da nossa identidade angolana.
Considerou necessário classificar os monumentos e os acervos imateriais para que a cultura seja vista também como património, pertença e identidade.
Citou a necessidade de se divulgar todo acervo da RNA, sobretudo do ponto de vista activistico.
“A RNA, na altura, era o monopólio de toda a comunicação social, portanto, reservou muito da informação que se torna necessária até para estudo e pesquisa e para o ensino”, assinalou.
Nesta conformidade, prometeu um trabalho conjunto entre o ministério e órgãos tutelados como a RNA, para digitalização e conservação, por forma a garantir que a gerações futuras possam ter referência e não as percam no sentido de um país.
“Há muito em fitas das músicas que foram feitas há 50 ou mais anos que tem de ser digitalizadas para efeitos musicólogos e que se possa resgatar muito do que se fazia antigamente”, concluiu.
A cerimónia contou com a presença de distintas individualidades, com destaque para os secretários de Estado para a Comunicação Social, Nuno Albino, e para as Telecomunicações e Tecnologia de Informação, Ângelo Buta João, do vice-governador de Luanda para o sector Político Social, Manuel Gonçalves.
Testemunharam ainda o acto, os presidentes dos Conselhos de Administração e administradores de empresas de comunicação social e o embaixador da China em Angola, Gong Tao.
Foram classificados, através de outros decretos executivos do Ministério da Cultura, como patrimónios Cultural Imaterial Nacional, o Tambor Cinguvu, o instrumento musical tradicional Hungo, ambos no domínio dos saberes e Ofícios Tradicionais.
Já à dança Olundongo e aos "19 Jogos tradicionais das comunidades do Sul de Angola" foi atribuída a classificação de patrimónios Cultural Imaterial Nacional, no domínio das Expressões Artísticas e das Práticas Sociais, Rituais e Eventos Festivos, enquanto o Clube Desportivo e Centro Recreativo Marítimo da Ilha, como Sítio de Interesse Histórico Nacional. CPM/SEC