Lobito - A directora do Comité de Relações Exteriores do Senado americano, Naz Durakoglu, manifestou, esta segunda-feira, o interesse do seu país em continuar a apoiar o Corredor do Lobito, considerando-o como "elemento muito importante para o desenvolvimento da economia mundial".

A diplomata proferiu estas palavras à imprensa, no fim de uma visita ao Porto, onde constatou o seu potencial e posicionamento estratégico, bem como recebeu informações sobre os investimentos no Corredor do Lobito.

Disse, em poucas palavras, que os Estados Unidos estão muito interessados na sua implementação, por isso "não podem ficar à parte".

"Este Porto e o Corredor do Lobito são muito críticos para o mundo e estamos aqui para visitar e levar a mensagem para os nossos colegas do Senado", afirmou.

Naz Durakoglu esteve à frente de uma delegação composta por sete altos funcionários do Senado americano, incluindo o vice-embaixador em Angola, Noal Zariac.

Durante o encontro, esteve também presente o Presidente do Conselho de Administração do consórcio Lobito Atlantic Railway, Francisco França,  responsável pela exploração ferroviária do Corredor.

Francisco França considerou a visita da delegação americana "muito importante", mas aproveitou para esclarecer que o apoio dos EUA é de financiamento e não de investimento.

O gestor reafirmou que o consórcio já investiu cerca de trezentos milhões de dólares e vai continuar captando financiamento de várias fontes.

"Temos uma linha de investimento forte. Já recebemos cerca de 100 vagões e estamos a aumentar o número de composições", revelou.

Segundo o gestor, a LAR está a movimentar quatro a cinco comboios de importação e exportação por semana.

Referiu-se também sobre o investimento na formação dos Recursos Humanos e do recrutamento de pessoal angolano, que neste momento conta com cerca de mil colaboradores.

"Estamos a formar maquinistas no Lobito e no Huambo, bem como operadores de máquinas pesadas no terminal mineraleiro", informou.

Por sua vez, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, afirmou que o Porto está cada vez mais aberto ao mundo e que se prepara para os desafios futuros que visam fundamentalmente a funcionalidade plena do Corredor do Lobito.

"Estas personalidades vieram para cá comprovar aquilo que o Porto está a fazer e, por esta razão, demos todo o opoio e vamos continuar a trabalhar para a sua modernização", disse.

Celso Rosas acredita na cooperação com os Estados Unidos e informou, na ocasião, que dentro de dias, uma delegação da Guarda Costeira americana virá à cidade ferro-portuaria, no âmbito da consultoria que tem prestado ao Porto do Lobito.

O Corredor do Lobito interliga as regiões sul da República Democrática do Congo (RDC) e do noroeste da Zâmbia aos mercados comerciais regionais e mundiais via Porto do Lobito, em Angola.

Ele é o primeiro corredor económico estratégico lançado sob a égide da Parceria para as Infra-estruturas e Investimento Global do G7 (PGI), em Maio de 2023. À margem da Cimeira do G20 de Setembro de 2023, em Nova Deli (Índia), a UE e os EUA realizaram uma declaração conjunta no sentido de unir esforços para apoiar o desenvolvimento do Corredor. 

O Corredor do Lobito vai desbloquear o enorme potencial da região, reforçar as possibilidades de exportação para Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia, e criar valor acrescentado e empregos através de investimentos e medidas leves.

O Porto do Lobito e o Caminho de Ferro de Benguela são duas das principais infra-estruturas deste corredor com potencial de ligar os oceanos Atlântico e Índico. TC/CRB