Luanda -Cento e 75 casos de gravidez precoce são diagnosticados em média, semanalmente, na Maternidade Lucrécia Paim, Luanda.
De acordo com a médica obstetra da referida unidade sanitária, Natercia de Almeida, a instituição regista uma média diária de vinte e cinco casos envolvendo crianças e adolescentes.
Os dados indicam que, por mês, o número de casos de gravidez precoce ronda os 190, atingindo 1.680 por ano.
Segundo a Obstetra, que falava numa palestra em alusão ao Dia Internacional da Rapariga, que hoje, terça-feira, se assinala, esses números passam a ser assustadores porque colocam Angola no terceiro país da África Subsariana com maior número de gravidez precoce.
Natércia de Almeida apontou a falta de diálogo dos pais para com os filhos e o uso excessivo das novas tecnologias como factores que influênciam para a gravidez precoce.
Por sua vez a secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher, Alcina da Cunha Kindanda, considerou que a educação em saúde sexual e reprodutiva deve ser trabalhada com enfoque, não só no preventivo, mas procurando acções que favoreçam o diálogo entre os adolescentes.
Já o director do Instituto Nacional da Criança (INAC), Paulo Kalesi, fez saber que a instituição controla 350 adolescentes e crianças grávidas, sendo que muitas delas fruto de violações.
O Dia Internacional da Rapariga visa a sensibilização sobre questões de igualdade e violência de género, bem como apelar à reflexão sobre os preconceitos e estereótipos que colocam entraves na vida escolar e pessoal das raparigas.
A data foi instituída em 2011 pela Organização das Nações Unidas, através da Resolução 66/170, com o objectivo de promover a protecção dos direitos das raparigas de todo o mundo e de acabar com a vulnerabilidade, a discriminação e a violência que estas sofrem. Em 2012 celebrou-se a data pela primeira vez.