Luanda – Angola aposta no projecto da criação da televisão da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), com o intuito de o tornar uma realidade efectiva, informou esta quarta-feira, em Luanda, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário Oliveira.
O governante angolano falou, à imprensa, no final de um encontro de cortesia com responsáveis da Associação de Cadeias de Televisão Rádios Públicas e Privadas da Região da SADC (SABA), cuja delegação efectua uma visita de cinco dias ao país.
Segundo Mário Oliveira, numa primeira fase, o plano vai incidir na troca de conteúdos entre as várias televisões dos países membros, para se dar início ao projecto da televisão da região.
Corroborando da iniciativa angolana, o presidente da SABA, Stanley Similo, revelou que o projecto se encontra a 70 por cento de execução, enquanto os demais 30 por cento deverão ser implementados em colaboração com os ministérios dos Estados membros.
Após o encontro, a comitiva da SABA visitou as instalações da Edições Novembro e da Agência Angola Press (ANGOP-E.P.), onde se inteirou dos projectos e funcionamento destes órgãos.
Na Agência Angola Press (ANGOP), o presidente do Conselho de Administração, Josué Isaías, manifestou interesse em cooperar com a SABA na formação e capacitação contínua dos profissionais das diferentes áreas.
Durante a reunião, o presidente da SABA destacou os avanços no jornalismo digital, tendo enfatizado o jornalismo feito com recurso aos telemóveis.
Stanley Similo apontou a língua, cultura e política como sendo os principais desafios e constrangimentos dessa associação, criada em 1993.
O responsável disse que a associação tem partilhado conteúdos informativos com outras instituições, incluindo com rádios e televisões.
A SABA é uma organização não governamental sem fins lucrativos, que trabalha na promoção de uma mídia de qualidade.
Angola detém a presidência rotativa da SADC desde Agosto último.
Objectivos da visita a Angola
Stanley Similo explicou que a visita visou aprender e partilhar experiências e identificar o que a SABA pode fazer por Angola para enriquecer e a expandir a sua cooperação com os meios de comunicação social angolanos, actualmente limitada à radiotelevisão.
Segundo ele, a SABA leva muito a sério a actividade de divulgação de informação de carácter público e está interessada em conhecer os autores das notícias divulgadas dentro da região para uma maior divulgação das identidades nacionais de cada país-membro e da região como um todo.
Explicou que a SABA está interessada nos serviços do satélite angolano Angosat2, para garantir a conectividade do canal televisivo regional a ser montado pela sua associação, pelo que a visita permitiu igualmente analisar o andamento do processo.
Indicou que foi também analisada a questão do custo da Internet, em Angola, e concluiu-se pela necessidade de se estabilizar o processo de conectividade com preços acessíveis do serviço Internet como imperativo comercial para permitir uma maior adesão dos utilizadores.
A este propósito, recordou que já existe entre a Namíbia e o Botswana um acordo quase finalizado sobre os custos de roaming, e espera-se que o mesmo possa acontecer em toda a região, para tornar o acesso aos serviços de Internet mais fácil na região.
A SABA já coopera com Angola a nível da rádio e da televisão, estando também interessada em alargar essa colaboração à área de imprensa, uma vez que, justificou, toda a notícia de interesse para a região e para o continente “deverá encontrar ressonância na SABA”, disse
No domínio dos recursos humanos, indicou que a SABA realiza muitas actividades de formação de jornalistas e gestores de imprensa, partindo da convicção de que é importante ensinar os princípios jornalísticos a todos os intervenientes no processo.
A SADC tem actualmente 16 membros (Angola, África do Sul, Botswana, Comores, Eswatini, ilhas Maurícias, ilhas Seicheles, Lesoto, Madagáscar, Malawi, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo, Tanzânia, Zâmbia e Zimnbabwe). MGM /OHA