Luanda - A directora do Instituto Nacional de Luta contra o VIH/SIDA, Maria Lúcia Furtado, informou, esta terça-feira, estar garantido o fornecimento de medicamentos retrovirais gratuitos para pacientes com a doença.
A informação foi prestada num encontro, convocado pela Provedora de Justiça, Florbela Araújo, na sequência de denúncias, nas redes sociais, de iminente ruptura de stock do remédio e de contaminação dolosa de jovens por homens com algum poder financeiro.
Assegurou que estão armazenados retrovirais para os cerca 130 mil assistidos até Março do próximo ano.
A ONUSIDA estima que 300 mil cidadãos angolanos vivam com HIV-SIDA.
Maria Furtado disse que o pior mal para os seres positivos tem sido o estigma que inibe à procura da ajuda em hospitais e não haver registo de queixas de contaminação por dolo.
Referiu que muitos pacientes têm abandonado o tratamento por carências sociais, como a falta de uma alimentação adequada.
A responsável salientou que a transmissão da doença de mãe para filhos, tida como das mais alta do mundo, reduziu de 26 para 15 por cento, entre 2019 a 2021, com a implementação do projecto “Nascer Livre para brilhar”, numa iniciativa da primeira-dama, Ana Dias Lourenço.
A médica exortou a adesão ao tratamento, considerando injustificável que cidadãos morram da doença, por falta de assistência, dado os avanços da ciência.
Informou que o Hospital Esperança, Luanda, assiste actualmente mais de 11 mil pacientes, contra os dois mil e 500 iniciais, apesar de terem sido criadas unidades sanitárias do género em todas as 18 capitais provinciais.
A Provedora de Justiça afirmou que ficou esclarecida a existência de medicamentos para o tratamento para doença, estando garantido o direito à saúde respaldado pela Constituição da República.
Florbela Araújo disse que apesar de o Código Penal assegurar mecanismos para sancionar o contágio doloso, será necessária a actualização das leis para adequá-las à realidade.