Ondjiva – A província do Cunene regista, nos últimos dias, um novo quadro de seca, que já afectou 514 mil e 800 pessoas, informou esta sexta-feira, em Ondjiva, a governadora local, Gerdina Didalelwa.
Segundo a governante, que apresentava o ponto da situação social e económica da província ao Presidente da República, João Lourenço, no quadro da sua visita de trabalho de dois dias àquela localidade, existem actualmente quatro mil e 684 deslocados em centros de acolhimento.
Conforme a governadora, os centros estão abertos em todos os municípios do Cunene, e regista-se, ainda, um total de dois mil e 619 refugiados na Namibia, grande parte deles crianças entre os cinco e os 10 anos de idade.
Gerdina Didalelwa deu a conhecer, por outro lado, que 83 mil e 416 pessoas foram beneficiadas pelas ajudas humanitárias do Executivo, tendentes a reduzir o impacto da seca e da fome naquela província do sul de Angola.
Quanto à praga de gafanhotos, disse que já afectou, desde o seu surgimento, um total de novecentas e 80 lavras, e 10 mil e 183 pessoas, agudizando a fome na região.
O Presidente da República, João Lourenço, iniciou na manhã desta sexta-feira uma visita de trabalho de dois dias à província do Cunene, para tratar de questões ligadas ao desenvolvimento da região sul de Angola.
Do programa a cumprir esta sexta-feira e sábado, consta uma visita à localidade de Cafu, para ver de perto o andamento do projecto estruturante de combate aos efeitos da seca, que compreende o sistema de captação de água no rio Cunene, o processo de bombagem, a conduta e o canal aberto.
Na mesma linha de resposta do Executivo aos desafios colocados pela seca que periodicamente assola o sul do país, o Chefe de Estado vai presidir, em Ondjiva, a uma reunião com os governadores das províncias do Cunene, Cuando Cubango, Huíla e Namibe.
A agenda do Chefe de Estado angolano inscreve ainda audiências às autoridades tradicionais, religiosas, aos empresários e jovens.
A última visita de João Lourenço ao Cunene ocorreu em Maio de 2019, no auge de uma seca extrema, com mais de 200 mil famílias a necessitar de ajuda de emergência para garantirem a subsistência alimentar. Antes, visitou localidades afectadas pela estiagem na província do Namibe.