Luanda - Angola foi uma das grandes vítimas da escravidão transatlântica, facto que resultou na sua influência cultural afro-descendente profunda, principalmente nas Américas, lembrou, sexta-feira, em Nova Iorque, o ministro das Relações Exteriores, Téte António.
De acordo com uma nota de imprensa do Ministério das Relações enviada à ANGOP, o ministo disse que devido a isto os angolanos deixaram a música e dança, a religião e espiritualidade, a língua e expressão, a culinária, a resistência e a identidade nestes locais.
Téte António, convidado pela Câmara da cidade de Ramapo, para abordar a "experiência relacionada à diáspora africana", falou sobre o papel histórico de Angola na diáspora africana, da contribuição do país no tráfico transatlântico e da cultura do país.
Enfatizou que durante os séculos XVI a XIX, milhões de africanos foram capturados ou comprados na região que hoje é Angola e enviados para as Américas, especialmente para o Brasil, Caribe e Estados Unidos da América.
"Muitos afro-descendentes nessas regiões têm raízes directas com grupos étnicos angolanos, principalmente com kimbundus, ovimbundus e bakongos", prosseguiu.
Os africanos forçados à deslocação principalmente durante o tráfico transatlântico mostraram uma enorme capacidade de resistência e adaptação, mesmo em condições desumanas, mantiveram tradições, criaram redes de apoio e desenvolveram novas formas de existência, luta e sobrevivência, recordou.
Por outro lado, afirmou que o Executivo tem feito esforços para manter uma ligação activa com os angolanos na diáspora, reconhecendo seu papel como embaixadores culturais e políticos fora do país.
"Angola incentiva a diáspora a investir no país e a contribuir com conhecimento, tecnologia e recursos financeiros, assegurando programas de retorno voluntário e oportunidades para investimento", garantiu.
Sublinhou que o país participa de fóruns e organizações que discutem a importância da diáspora africana em geral, como a União Africana, que considera a diáspora como a sexta região da África.
Sob o tema: “Parentesco africano entre a sociedade nativa americana*”, o evento congregou afro-descendentes e representantes da diáspora africana naquela região.
Nos Estados Unidos da América, a comunidade afro-americana de origem angolana está estimada em 12 milhões de pessoas, alguns deles já visitam Angola com bastante frequência, como é o caso da família Tucker, que já descobriu as origens dos seus ancestrais na região angolana de Malanje. VIC