Luanda - O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Francisco José da Cruz, manteve, terça-feira, um encontro de trabalho com o enviado especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Região dos Grandes Lagos, Huang Xia.
De acordo com uma nota a que a ANGOP teve acesso, a reunião ocorreu no âmbito das consultas bilaterais sobre a situação no Leste da República Democrática do Congo (RDC) e da preparação da próxima reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que teve lugar na quarta-feira (16), para abordar questões de paz e de segurança na Região dos Grandes Lagos.
Na ocasião, o embaixador Francisco José da Cruz contextualizou a decisão do Chefe de Estado angolano, João Lourenço, de transferir o dossier da mediação do conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC) para O Presidente da República do Togo, Faure Gnassingbé.
Referiu que no sábado (12), a Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da União Africana formalizou a nomeação do líder togolês neste sentido.
Adiantou que a posição angolana deveu-se às novas responsabilidades que o Estadista angolano assumiu, enquanto Presidente em exercício da União Africana, tendo sublinhado que a República de Angola continuará a acompanhar de perto o processo de paz e a prestar o apoio necessário.
Por seu turno, o enviado especial Huang Xia louvou a liderança do Presidente da República, João Lourenço, no desempenho do seu papel de mediação da crise política entre a RDC e o Rwanda sob mandato da União Africana, realçando a importância de se preservarem os progressos alcançados no quadro do Processo de Luanda, no contexto do seguimento das iniciativas para a paz e estabilidade na Região dos Grandes Lagos.
Considerou importante que a Comunidade da África Oriental (EAC) e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) continuem a trabalhar em conjunto para se alcançar a paz no Leste da RDC.
Enfatizou a importância crucial da União Africana assumir um papel de liderança na coordenação dos esforços diplomáticos regionais e internacionais, de modo a garantir a coerência e a complementaridade destas iniciativas diplomáticas para a pacificação da Região dos Grandes Lagos.
Ainda na terça-feira, o embaixador Francisco José da Cruz reuniu-se com o novo representante permanente de Moçambique, Domingos Estêvão Fernandes.
A oportunidade serviu para troca de impressões sobre a agenda nas Nações Unidas, nomeadamente as questões de paz e segurança, reforma do Conselho de Segurança, desenvolvimento sustentável, direitos humanos, promoção da igualdade de género, juventude e alterações climáticas.
Os dois diplomatas abordaram também questões regionais, em particular os últimos desenvolvimentos para a paz e estabilidade na República Democrática do Congo e o papel de mediação desempenhado por Angola no quadro do processo de Luanda.
O diplomata moçambicano partilhou informações sobre a evolução política no seu país.
Sublinhou que o Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, promulgou e mandou publicar a 14 de Abril último a Lei que aprova o Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo.
Indicou que as quatro bancadas da Assembleia da República tinham aprovado, em 2 de Abril, por consenso, aclamação e unanimidade, a proposta de lei do acordo político para pacificar o país, incluindo a revisão da Constituição da República e dos poderes do Presidente. SC