Benguela – O Presidente da República, João Lourenço, realçou, esta quarta-feira, que Angola está comprometida em respeitar as suas obrigações e compromissos com os parceiros internacionais.
Falando na Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito, o Chefe de Estado sublinhou que o país vive numa situação de paz e estabilidade e está determinado em cumprir as obrigações, quer ao nível institucional, como ao nível dos investidores que escolheram o nosso país como destino para os seus negócios.
Na ocasião, o Presidente de Angola sublinhou a importância estratégica do Corredor do Lobito que, com o Porto do Lobito e o Caminho de Ferro de Benguela, foi na década de 70 uma das linhas férreas mais rentáveis do mundo ao transportar 3.3 milhões de toneladas de carga por ano.
“Estamos a projectar a optimização desta importante infra-estrutura como parte integrante de uma rota internacional e transcontinental capaz de ligar o oceano a todos e desta forma ligar em segurança os continentes americano, europeu, africano e asiático com ganhos nos tempos na transportação e custos dos fretes marítimo e ferroviário”, afirmou.
Por isso, destacou que o projecto tem uma importância estratégica pelo contributo que vai prestar à dinamização do comércio intra-africano no contexto da Zona de Comércio Livre Continental Africana e do comércio mundial, no geral.
Lembrou que com os parceiros da RDC e Zâmbia foi assinado, em Julho de 2023, o contrato de concessão para a gestão do Corredor do Lobito com um consórcio privado constituído por empresas de reconhecida capacidade.
Segundo João Lourenço, com a realização da Cimeira de Líderes EUA/África, em Dezembro de 2022, em Washington DC, na qual a administração Biden anunciou o seu compromisso no apoio à construção e reaplicação de infraestruturas em África, começou a ser materializado o Corredor do Lobito a partir da declaração conjunta dos EUA e União Europeia, à margem do evento sobre parcerias para as infra-estruturas e investimento global durante a Cimeira do G20 realizada na Índia em 2023.
Para João Lourenço, o Corredor do Lobito será um factor impulsionador do desenvolvimento económico que vai proporcionar a crescente participação das pequenas e médias empresas nas cadeias de valor empresarial, sobretudo na agricultura, na indústria e na mineração para aumentarmos de forma inclusiva.
Asseverou que o corredor é um facto inegável, sendo, por isso, essencial que os países africanos directamente envolvidos, os financiadores e o consórcio empresarial que tem a concessão, promovam as acções que se impõem para a concretização deste importante projecto.
Para o Presidente João Lourenço o corredor vai impactar positivamente no transporte marítimo e ferroviário internacional, no comércio internacional, na transição e segurança energética, na segurança alimentar e, de uma forma geral, na economia mundial.
A Cimeira Multilateral sobre o Corredor do Lobito contou com as presenças dos Presidentes João Lourenço (Angola), Joe Biden (EUA), Félix Tshisekedi (RDC), Hakainde Hichilema (Zâmbia) e do Vice-Presidente da Tanzânia, Philip Mpango.ART