Accra (do enviado especial) - A cidade de Accra, capital do Ghana, acolhe, este domingo, a 6ª reunião de coordenação semestral entre a União Africana (UA), as Comunidades Económicas Regionais (CER) e os Mecanismos Regionais (MR), com a participação do Presidente da República, João Lourenço.
A reunião vai efectuar uma avaliação dos progressos da agenda de integração continental.
O evento de cúpula da organização, antecedido pelo 45° encontro do Conselho Executivo da UA, fará também uma abordagem da eficiência da harmonização de políticas entre a União Africana e as Comunidades Económicas Regionais.
O mesmo é ainda crucial para melhorar a coordenação da implementação de uma divisão clara do trabalho e da colaboração eficaz entre a União Africana, as Comunidades Económicas Regionais, os Mecanismos Regionais e os Estados-Membros, com base no princípio da subsidiariedade, complementaridade e vantagem comparativa.
Accra
Com cerca de um milhão 963 mil 264 habitantes, esta região tornou-se o centro administrativo, económico e educacional do Ghana, após a conquista da sua independência em 1957, sendo que este zona,já em 1877, era a capital da então colónia britânica da Costa do Ouro.
Construída originalmente em torno de um porto, Accra se estende ao longo da costa do Oceano Atlântico e segue a norte rumo ao interior do país, sendo que o seu estilo arquitectónico vai dos edifícios coloniais amplos e elegantes do século XIX a arranha-céus, estes últimos erguidos sobretudo na década de 1970.
Fruto do dinamismo socio-economico e cultural das suas gentes, Accra é hoje uma das metrópoles mais populosas e em rápido crescimento do continente africano, levando a transformar-se num dos principais motores de desenvolvimento do Ghana.
No seu todo, o Ghana é uma das nações africanas situadas na região do Golfo da Guiné, sendo igualmente a terra de Kwame Nkrumah, líder fundador e um dos grandes impulsionadores do sonho do pan-africanismo, movimento que procurava a unidade entre os africanos e também a melhoria das vidas dos trabalhadores que tinham sido explorados pelas nações capitalistas em África.
Este país, a primeira nação africana a sul do sahara a conquistar a Independência, teve um papel importante na luta contra os interesses capitalistas no continente, sendo que uma das frases mais célebres de Kwame Nkrumah é de que “a independência do Ghana não teria sentido a menos que estivesse ligada à libertação total de África”.
A economia do Ghana
A economia do Ghana se fortaleceu graças a uma sólida gestão durante um quarto de século, de um ambiente de negócios competitivo e a reduções persistentes nos níveis de pobreza.
Sendo um dos países mais ricos da África tropical, a sua economia se baseia na extracção de recursos naturais e na agricultura. Os principais itens exportados são o ouro, madeira e cacau.
A actividade agrícola contribui com mais da metade do Produto Interno Bruto (PIB), sendo o principal produto o cacau, que responde pela maior parte das exportações.
Juntamente com a agricultura, a mineração é uma das principais actividades económica deste país rico em recursos minerais, como ouro, diamantes, manganês e bauxite.
Também possui petróleo, embora em pequena quantidade. A energia eléctrica é obtida quase totalmente em centrais hidroeléctricas , sobretudo na represa de Akosombo, no rio Volta.
Concentrada na fabricação de alimentos, bebidas, cigarros e produtos químicos, farmacêuticos e metalúrgicos, a indústria absorve cerca da quinta parte da mãos de obra ganesa, de onde destaca-se de entre outras a indústria da madeireira.
No entanto, o país se viu fortemente afectado na sua economia nos últimos anos, a exemplo no domínio da produção de cacau, onde é o segundo maior produtor mundial após a Cote d' Ivoire, com a produção a cair para um máximo histórico de cerca de 49% para 599,3 milhões USD, nos primeiros quatro meses do ano, comparativamente ao período homólogo de 2023.
No entanto, após um abrandamento do crescimento do Ghana para 2,3% em 2023, o FMI espera que este volte a aumentar para 2,8% em 2024 e 4,4% em 2025. SC/ART