Nova Iorque - Mais de uma semana após um terramoto de magnitude 7,7 ter destruído prédios e pontes no centro de Mianmar, a quantidade de mortos ultrapassou 3,5 mil, de acordo com a ONU News.
O representante regional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, Tinton Mitra, disse que o número deve continuar a aumentar, o sistema de saúde está “completamente sobrecarregado” e os hospitais não conseguem lidar com o volume de pacientes. Para piorar, os medicamentos e outros itens essenciais estão com estoques “extremamente baixos”.
Mais de 4 mil pessoas ficaram feridas nos tremores, que deixaram mais de 80% dos edifícios danificados nos locais atingidos, especialmente em Sagaing, Mandalay e Magway.
De acordo com o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, mais de 500 mil pessoas em todo o país ficaram sem acesso a cuidados de saúde vitais.
Falando de Mandalay, o representante do Pnud enfatizou que o risco de doenças transmitidas pela água é muito alto porque os sistemas de encanamento urbano estão quebrados e os locais de armazenamento de água estão danificados.
Destacou que o saneamento está a tornar-se um grande problema, pois as pessoas que fugiram de suas casas “estão recorrendo à defecação a céu aberto”.
O desastre foi agravado pelas chuvas intensas que começaram mais cedo do que o esperado na semana passada em Mandalay, impactando a resposta humanitária e piorando as condições de vida dos sobreviventes desabrigados.
O departamento de meteorologia de Mianmar prevê chuva e ventos fortes em grandes áreas do país até sexta-feira.
Mitra contou que as pessoas estão com medo de voltar para suas casas danificadas e estão dormindo nas ruas à noite, “frequentemente sem nenhum tipo de cobertura”.
O país também enfrenta escassez de alimentos, após muitos mercados terem suas actividades “severamente interrompidas” em Sagaing e Magway, onde as pessoas não têm renda e há “sinais de hiperinflação”. ADR