Icolo e Bengo – A ministra da Educação, Luísa Grilo, afirmou, na quinta-feira, na vila de Catete, que os alunos podem perder o benefício das bolsas de estudo em caso de excesso de faltas.
Em entrevista à ANGOP à margem da entrega dos meios de pagamento das bolsas de estudo a mais de 20 mil alunos, a governante fez saber que haverá controlo efectivo da implementação do programa, que, espera-se eleve os níveis de aprendizagem, sobretudo das raparigas.
“Se os alunos não tiverem aproveitamento escolar, por falta de assiduidade, poderão perder o direito à bolsa de estudo, mas se for por falta de aproveitamento poderão continuar”, afirmou.
Segundo a ministra, devr ser aperfeiçoado o processo de fiscalização, tendo apelado a sociedade a ser partícipe na implementação efectiva do programa, aferindo se os alunos estarão de facto a melhorar o seu empenho ou não.
Disse que a principal preocupação do Ministério era o abandono escolar, sobretudo pelas raparigas, com o primeiro ciclo a registar um desperdício muito grande, já que mais de metade de alunos que concluem o ensino primário não fazem o primeiro ciclo do ensino secundário, pelo facto de não terem acesso a escola.
De acordo com a responsável, este problema teve como factor a insuficiência de salas de aulas, obrigando, ao longo dos cinco anos passados, o governo angolano a construiu mais escolas do ensino secundário.
Conforme a governante, as raparigas abandonam a escola por engravidarem ou por falta de dinheiro para fazer a matrícula e comprar materiais.
Do estudo feito, disse, a taxa de vulnerabilidade nos municípios seleccionados (Icolo e Bengo, Viana, Ambriz e Dande) tem a ver com o alto nível de pobreza.
Por este facto, o Executivo e o Banco Mundial assumiram a responsabilidade de apoiar essas famílias vulneráveis com incentivos financeiros.
Aos pais e encarregados de educação, a ministra solicitou integral acompanhamento na realização das despesas que deverão contribuir para elevar os níveis de pontualidade e assiduidade, permanência e sucesso nas aprendizagens dos alunos beneficiados.
“Estamos convictos de que desafios maiores ainda estão por vir, pelo que torna-se necessária, após a entrega dos meios de pagamento, a monitorização da frequência escolar dos alunos, para combater a evasão escolar e garantir a conclusão do seu ciclo de formação”, disse.
Os beneficiados da bolsa de estudo começaram a receber 25 mil kwanzas que serão pagos trimestralmente.
Ao intervir no acto, a representante do Banco Mundial (BM), Ema Monsalves, anunciou a disponibilidade de USD 110 milhões para beneficiar cerca de 900 mil jovens angolanos do primeiro ciclo do ensino secundário, até 2025. AJQ