Luanda - O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, reiterou hoje, em Luanda, que o Governo trabalha para que a matriz energética nacional, actualmente com 62% de fontes não poluentes de energia, possa chegar a 70% em 2025.
Ao discursar na abertura do workshop sobre descarbonização promovido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e a Norwegian Energy, José Barroso sublinhou que o Governo tem como estratégia encontrar soluções que permitam o desenvolvimento contínuo e célere do potencial petrolífero de forma cada vez mais amiga do ambiente.
Segundo o responsável, para Angola, a transição energética significa continuar a explorar e produzir os seus recursos de petróleo e gás com níveis de emissões de gases de efeito estufa tão baixos.
Disse ser importante permitir a viabilidade técnica e económica, com as receitas daí resultantes financiar a introdução de fontes de energia mais limpas na matriz energética nacional.
José Barroso fez saber que o sector está a dar passos importantes para a descarbonização da indústria, tendo em colaboração com o Programa das Nações para o Ambiente, levado a acabo uma campanha de mediação directa das emissões de metano nas instalações petrolíferas, com o uso de uma aeronave especializada.
Frisou que a campanha visa estabelecer o inventário das emissões de metano em Angola, identificar as principais fontes de emissões e estabelecer as devidas medidas de mitigação.
Realçou que Angola tem nos recursos petrolíferos a maior fonte de receitas para o seu desenvolvimento e consequentemente para o seu desenvolvimento e melhoria das condições de vida da população.
O secretário de Estado realçou que, à semelhança de vários outros países, Angola convive ainda com grandes desafios de acesso à energia eléctrica por parte da sua população e tem nos hidrocarbonetos a maior fonte de receitas para o desenvolvimento da sua economia e a sustentabilidade das acções de transição energética.
Destacou o papel da industria petrolífera no sucesso dos esforços para a redução do impacto dos gases de efeito estufa no ambiente e uma vez que Angola precisa de assegurar o seu desenvolvimento rumo a uma transição energética sustentável.
Assegurou que o Governo de Angola mantém o seu compromisso de continuar a contribuir para as operações petrolíferas em Angola sejam cada vez mais seguras e amigas do ambiente.
José Barroso disse que, de acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a necessidade energética mundial crescerá em 28% até 2045, sendo que o petróleo e gás representarão, nessa altura, 52% da matriz energética mundial.
Esta previsão de demanda é justificada pelo aumento da população e crescimento económico de regiões como a Ásia, África e Médio Oriente, demonstrando que o petróleo e gás continuarão a fazer parte da necessidade energética mundial nas próximas décadas.
Actualmente, Angola é o 16º produtor de petróleo mundial com uma produção estimada em 1.1 milhão de barris por dia, mas a sua quota é de 1.5 milhão.