Luanda - A secretária de Estado para Acção Climática e Desenvolvimento Sustentável, Paula Francisco, defendeu esta sexta-feira, em Luanda, a necessidade de o progresso económico “andar” em paralelo com a preservação ambiental, visando atrair investimentos para as novas tecnologias e fomentar a inovação.
Ao discursar na abertura da IV Conferência Economia e Mercado sobre Ambiente e desenvolvimento: “Indústria, crescimento económico e os desafios da transição energética”, a governante sublinhou ser indispensável garantir tal simbiose, visto que estas acções vão gerar crescimento económico e novas oportunidades de emprego.
No entanto, não se pode ignorar, ainda, a dependência dos combustíveis fósseis e a pressão que os recursos naturais colocam diante de alguns paradigmas, frisou, salientando que a caminhada progressiva requer uma cooperação global sem precedentes.
No seu entender, é igualmente necessário ultrapassar-se fronteiras e políticas económicas em prol de um bem comum, a preservação do planeta e o bem-estar das pessoas.
Considerou que os cidadãos devem agir com urgência, liderando com ética e responsabilidade os processos junto a sustentabilidade.
Paula Francisco referiu-se, por outro lado, a existência de uma estratégia de electromobilidade, cuja aprovação está em curso, “como um importante instrumento do Executivo alinhado com os acordos internacionais, neste particular, ao Acordo de Paris, que visa contribuir significativamente para a transição energética e mobilidade sustentável”.
Conforme a governante, o país tem desempenhado esforços para realçar a industrialização, bem como o contributo para a geração de empregos, aumento da renda e melhoria das condições de vida dos concidadãos.
Realçou a existência de investimentos em parques fotovoltaicos, com a assinatura de memorandos de entendimento realizados no ano passado, ligados às estratégias de baixo carbono, uma parceria que visa fortalecer não só os pilares no sector económico, mas sobretudo um posicionamento de Angola perante o mundo.
Em relação a conferência, disse ser um momento que permite a reflexão sobre a importância do carbono, mecanismo crucial para mitigar emissões de gases de efeito estufa e gerar renda.
Dados avançados pela secretária de Estado indicam que se emitiu no país, em 2022, cerca de 32 milhões de toneladas de dióxido de carbono, equivalente a um resultado de actividades que representam, aproximadamente, 90% das exportações.
A IV Conferência Economia e Mercado sobre Ambiente e Desenvolvimento contou com um painel de especialistas que discutiu pontos como a transição energética, a diversificação económica de Angola, a promoção de fontes de energia renovável e a melhoria das infra-estruturas, com vista os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Agenda 2023.
O evento visou analisar os desafios socioeconómicos enfrentados por Angola e juntou, entre outras individualidades, líderes do sector empresarial, representantes do Estado e especialistas. HM/VC