Washington (do enviado especial) - As reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial (BM) iniciam esta segunda-feira, em Washington, Estados Unidos da América (EUA), devendo analisar, até ao dia 26 deste mês, a conjuntura macro-económica mundial.
O evento, no qual Angola faz-se presente com uma delegação encabeçada pela ministra das Finanças, Vera Daves, visa ainda a identificação de novos mecanismos para apoiar as economias menos robustas, no sentido de reduzir os altos níveis de pobreza no mundo.
Durante cinco dias, as reuniões das instituições de Bretton Woods vão discutir, entre outros, assuntos relacionados às finanças internacional, numa agenda que reserva à comitiva angolana encontros com os departamentos para os Assuntos Fiscais e de Capital do FMI, com vista a obter melhorias na gestão e consolidação das contas nacionais.
De acordo com o programa, a titular da pasta das Finanças participa no fórum dos governadores dos bancos centrais, um grupo de trabalho de alto nível sobre desenvolvimento da constituência da ANSA (Angola, Nigéria e África do Sul) junto do Banco Mundial, ao passo que o ministro dos Transportes abordará a importância e o papel do investimento em infra-estruturas e transportes no Corredor do Lobito.
Ao longo desta semana de trabalho, Ricardo de Abreu e Vera Daves marcarão ainda presença numa mesa redonda mundial, a convite da multinacional “Atlantic Council”.
Numa outra ocasião, este governante angolano reunir-se-á, de forma técnica, com executivos de bancos internacionais e responsáveis do BM e de outras organizações.
O evento reserva para o secretário de Estado para o Planeamento e o PCA do Fundo Soberano a participação em seminários e painéis de discussão de alto nível, como a reunião do comité dirigida aos ministros e governadores dos bancos centrais do mundo. Estarão presentes nos encontros responsáveis técnicos de vários departamentos ministeriais e do BNA.
A delegação angolana desdobrar-se-á, também, em audiências para abordar questões concretas da região africana.
Chegada na noite deste domingo ao local do evento, a comitiva integra o ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, o secretário de Estado para o Planeamento, Luís Epalanga, o presidente do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola, Armando Manuel, directores do Banco Nacional de Angola (BNA), altos responsáveis e técnicos seniores de diferentes departamentos ministeriais e da banca nacional.
À chegada, a delegação foi recebida, no Aeroporto Internacional de Dulles, pelo embaixador de Angola nos EUA, Agostinho Van-Dúnem.
Angola é membro do Banco Mundial e do FMI desde 1989 e tem “cimentado” a sua relação com esses organismos, nos últimos anos, através de programas específicos virados à melhoria da gestão e consolidação das contas nacionais, aperfeiçoamento dos mecanismos de investimento e a promoção do crescimento económico e social do país.
As reuniões anuais de Bretton Woods acontecem dois anos consecutivos em Washington e um ano num dos países membros do FMI e do BM, tendo sido a última realizada, em 2024, nesta cidade norte-americana, depois de, em 2023, ter ocorrido no Reino de Marrocos.
Este ano, o encontro junta homens de negócios internacionais, num período que o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, implementa vários Decretos com elevadas tarifas para alguns país, com destaque para a China, facto que tem gerado impacto significativo na economia global. Angola consta entre os Estados com alguma tarifa.
As reuniões visam, igualmente, promover a cooperação económica e o comércio internacional, o emprego e a estabilidade cambial, mediante a disponibilização de recursos financeiros para os países membros, assim como ajudar a equilibrar as balanças de pagamento.
O Grupo Banco Mundial (GBM) é formado pelo Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento, a Associação Internacional de Desenvolvimento, a Corporação Financeira Internacional, a Agência Multilateral de Garantia de Investimento e o Centro Internacional para a Resolução de Conflitos sobre Investimentos.
Actualmente, as instituições de Bretton Woods integram 189 países-membros, incluindo, desde 1989, Angola. OPF/VC