Lubango - O secretário de Estado para as Águas, António da Costa, defendeu hoje, terça-feira, no Lubango, província da Huíla, o aprimoramento da qualidade e precisão das informações sobre os níveis de segurança nas barragens do país, para garantir a integridade dessas infra-estruturas.
Trata-se de um projecto que surge no âmbito da implementação do II Plano de Desenvolvimento Institucional do sector das Águas - PEDISA II, co-financiado pelo Governo de Angola, Banco Mundial e a Agência Francesa de Desenvolvimento e visa dotar o país de um instrumento de gestão de recursos hídricos.
António da Costa fez esta apreciação, na abertura do 2º Workshop Técnico de Apresentação dos Resultados Preliminares da Avaliação da Segurança das 20 barragens seleccionadas no país.
Realçou que informação é um elemento chave na gestão das organizações e nos recursos, pela importância que assume na tomada das decisões fundamentadas e consistentes, pelo que é neste contexto que se afigura oportuna a organização deste Workshop Técnico de Apresentação dos Resultados Preliminares da Avaliação da Segurança das 20 barragens seleccionadas no país.
Destacou que para o alcance desse desiderato é necessário uma reflexão e a criação de uma visão conjunta sobre a forma como devem ser produzidos os dados com relevância para gestão sustentável dos recursos hídricos.
Segundo o responsável, a gestão sustentável e integral dos recursos hídricos necessita da conjugação de vários instrumentos de gestão, de formas a alcançar resultados satisfatórios no processo da sua administração.
Referiu que o Governo de Angola pretende implementar um programa global de segurança de barragens, cujo objectivo é garantir que estas sejam concebidas de forma modernas e seguras, com especificações rigorosas, sistema de monitorização e plano de emergência para gerir e proporcionar resiliência a a eventos inesperados.
Todavia, explicou que o projecto, visa especificamente fazer uma avaliação de risco, representado por um conjunto seleccionado de pequenas e grandes barragens existentes em Angola, que irá culminar com a sistematização de um conjunto de informação.
Por sua vez, o vice-governador provincial para os serviços técnicos e infra-estruturas da Huíla, Hélio de Almeida, agradeceu o facto de a província acolher o evento, pois é parte da bacia hidrográfica do Cunene e os desafios da gestão hídrica nesta região Sul do país são premente.
Avançou que a Huíla tem o desafio constante do combate à seca, da resiliência climática e acredita que neste evento vão ser criadas as condições para discutir e encontrar soluções técnicas para uma gestão rigorosa e eficiente dos recursos hídricos locais.
O evento com duração de três dias, está a analisar os principais resultados do projecto, modo de falhas potenciais em barragens e classificação de riscos, bem como o início do processo de análise do modo falha potencial a barragem da Tundavala.
Os participantes vão ainda discutir em grupo, a consolidação do processo realizado para a barragem da Tundavala e o inicio do processo de análise do modo de falha potencial à barragem do Biópio.
O Projecto de Inventariação Nacional de Barragens conta com uma consultoria externa e resultou num plano de intervenção que inscreve uma avaliação detalhada da segurança de 20 barragens, nomeadamente Biópio, Calonga, Calueque, Cambambe, Capanda, Chicava, Chicungo, Cuando, Dungo, Gangelas, Gove, Laúca, Lomaum, Mabubas, Matala, Neves, Novagrolíder A, Quiminha, Quipungo e Tundavala, espalhadas pelas províncias de Benguela, Huíla, Cunene, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Malanje, Huambo e Bengo.
Ao todo foram inventariadas 186 barragens no país, das quais 33 são consideradas grandes barragens, mas para o plano de segurança de barragens e seleccionadas 20, das quais sete estão na província da Huíla. BP/MS