Luanda – A Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom) estima produzir, nos próximos tempos, cerca de 220 mil toneladas de açúcar, que correspondem 70% das necessidades do mercado angolano, com a implementação do Programa de Fomento de Cana-de-Açúcar (PFCA).
O projecto, aberto este ano, visa reforçar o processo de diversificação da economia e reduzir, significativamente, os níveis de importação de açúcar no país, segundo uma nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso esta quinta-feira.
Citado em nota, o director-geral da Biocom, Rodrigo Melo, disse que a classe de produtores de cana-de-açúcar tem benefícios significativos, pois o programa adiciona 10 mil hectares de cultivo de cana aos 30 mil já cultivados, permitindo a empresa atingir a capacidade máxima de produção de açúcar, na ordem das 220 mil toneladas.
Lembrou que esta meta vai ajudar Angola a diversificar a produção agrícola, reduzir a importação de açúcar e a caminhar com passos firmes rumo à auto-suficiência alimentar.
Adiantou que, para além do PFCA, a Biocom iniciou também, este ano, outros projectos, como a produção de melaço, a partir da cana-de-açúcar, o que constituiu um apoio importante para a agricultura e pecuária em Angola.
Recordou que, anteriormente, esse produto era 100% importado, mas este ano prevê-se uma produção de três mil toneladas de alta qualidade, demonstrando uma vez mais a capacidade como empresa e o enorme potencial do país.
Rodrigo Melo avançou ainda que esse produto já está a se comercializado aos empresários nacionais, esperando contribuir para toda cadeia agro-pecuária, uma vez que o melaço da cana pode ser usado como fertilizante agrícola, suplemento para ração animal ou ainda como matéria-prima para destilarias.
Conforme o responsável, o PFCA dirige-se, essencialmente, a empresários e agricultores com capacidade reconhecida de investimento em terrenos de cultivo, gestão do agronegócio e asseguram o fornecimento de cana-de-açúcar à Biocom por dois ciclos (12 anos).
Para apoiar os parceiros (empresários e agricultores), a Biocom conta já com um convénio com o Fundo de Garantia de Crédito (FGC), que proporciona aos investidores, assessoria e acompanhamento financeiro do projecto, tendo estabelecido parcerias com a banca nacional para a concessão de créditos aos interessados.
O apoio constante a quem transforma e investe no sector agrícola no país é uma meta fundamental do PFCA, segundo o director-geral.
Rodrigo Melo disse que o projecto inclui também assessoria e formação técnica para capacitação da mão-de-obra operacional, emissão de análises e recomendações agronómicas, bem como a orientação na aquisição dos equipamentos a serem utilizados na operação.
A Biocom é a primeira empresa no país a integrar a produção e comercialização de açúcar, etanol e energia eléctrica, a partir de biomassa.
Localizada no Pólo Agro-Industrial de Capanda(PAC), em Malanje, opera numa área de cerca de 60 mil hectares, dos quais cerca de 53 mil são destinados à agricultura e cerca de 6 mil hectares são reservados para a preservação permanente da vegetação nativa. CLAU/QCB