Luanda - A 45ª edição do Campeonato Nacional de futebol “Girabola2022-23” inicia, este sábado, com a particularidade de, pela primeira vez, em 45 anos de história, a província de Luanda ser superada em número de representantes.
Por norma, a capital do país, a maior praça de desenvolvimento, lidera o número de concorrentes, mas, actualmente com três embaixadores, foi superada pela província de Benguela, com quatro.
Luanda participará com o Petro (campeão em título), 1º de Agosto (vice-campeão) e Interclube (4º colocado), menos duas equipas das cinco da edição anterior, quando contou também com o Progresso Sambizanga e Kabuscorp do Palanca.
No entanto, Benguela terá na competição, iniciada em 1979, as formações do Wiliete, Académica do Lobito, GD Isaac e Sporting. Estas duas últimas surgiram por força das circunstâncias, uma delas foi a desistência do Recreativo da Caála, do Huambo, por questões financeiras.
Esta elevação no número de representantes de Benguela não implica, no entanto, capacidade competitiva. Até prova em contrário, apenas o Wiliete, que na época anterior foi regular, e a Académica, um histórico dessas andanças, as outras duas terão ainda de provar competência.
Depois de 1980, Luanda representou-se sempre com um número que varia de quatro a oito clubes na competição, uma hegemonia que fica demonstrada pela qualidade por via do Petro de Luanda, com 16 títulos, e 1º de Agosto, com 13.
Estas duas formações têm sido as que mais emprestam jogadores às selecções nacionais e também que representam melhor o país na Liga dos Clubes Campeões com presença em meias-finais.
Além desta perspectiva de quem lidera o número de concorrentes, a competição sugere outras reflexões no quadro organizativo, financeiro e até da premiação.
Na primeira, a Federação Angolana de Futebol (FAF) não tem sido consensual na tomada de posições. O exemplo disso mesmo é que a prova quase seria uma vez mais adiada por conta de uma ameaça de greve por parte dos árbitros, que reclamam aumento no subsídio.
Ao nível do financiamento, esta edição naõ contará com o apoio da Endiama, Sodiama e Sonangol, consórcio aprovado pelo Executivo em 2020 para ajudar os clubes a suportarem os custos do campeonato, sem o risco de desistência.
Não havendo este elemento, é iminente o regresso às dificuldades de outros tempos e, com isso, alguns concorrentes podem ficar sem condições para terminar a prova com dignidade.
No caso da premiação para o campeão, o orgão reitor tem alternado o valor, fundamentalmente nas últimas épocas, suscitando ondas de protextos por parte dos filiados.
O presente Campeonato Nacional conta com 16 equipas:
1º de Agosto, Petro e Interclube (Luanda), Wiliete, Académica do Lobito, Sporting e GD Isaac (Benguela ), Sporting (Cabinda), Desportivo da Huíla (Huíla), ASK Dragão e Santa Rita de Cássia (Uíge), Desportivo (Lunda Sul), Recreativo do Libolo (Cuanza Sul), FC Bravos do Maquis (Moxico), Sagrada Esperança (Lunda Norte) e Cuando Cubango FC (Cuando Cubango).
Primeira jornada
Dia 24
Sagrada Esperança-Wiliete de Benguela (estádio do Dundo, 15h30)
Académica do Lobito-Interclube (Buraco, 15h30)
Sporting de Cabinda-Desportivo da Lunda Sul, (Taf, 15h30)
Dragão do Uíge-Recreativo do Libolo (4 de Janeiro, 15h)
Dia 25
Sporting de Benguela-Santa Rita de Cássia (Municipal, 15h30)
Dia 27
Petro de Luanda-FC Bravos de Maquis (11 de Novembro, 16h)
Desportivo da Huíla- GD Isaac (Tundavala, 15h30)
Dia 28
1º de Agosto-Cuando Cubango (11 de Novembro,16h30)