Wako Kungo – O administrador executivo do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), Saidy dos Santos Fernando, reiterou, sexta-feira, no Wako Kungo (Cuanza-Sul), a aposta na formação de profissionais de mecanização agrícola, para alancar a produção familiar.
Ao intervir no encerramento de formação dirigida a 100 técnicos em matéria de manuseio, manutenção de tractores e moto-cultivadores, disse terem criado a escola itinerante, para assegurar os níveis de sustentabilidade do projecto de mecanização e a competência humana.
Trata-se de uma acção inserida no projecto do governo, denominado “Osi Yetu” e integra o FADA e o INEFOP e o IDA.
O responsável referiu que não basta ceder financiamento, mas velar pela competência humana, daí a capacitação sobre mecanização agrícola e a assistência técnica, para introduzir técnicas inovadoras capazes de aumentar a produção familiar.
“Queremos estimular a agricultura tradicional, por via do programa de aceleração da agricultura familiar e o reforço da segurança alimentar”, sinalizou.
Contudo, afirmou que o sucesso desta acção passa pelo cadastro daqueles que têm estado a beneficiar dos apoios regulares do Estado, para maior controlo e monitoria do impacto da produção.
O FADA, de acordo com o administrador executivo, pretende reforçar a capacidade financeira das caixas comunitárias dos camponeses, o financiamento da mecanização ligeira e outros financiamentos regulares da instituição.
Por seu turno, o representante do Instituto de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), Belchior de Almeida, disse que este ciclo de formação foi uma iniciativa do FADA, que, após a planificação da sua estratégia, integrou o INEFOP.
“Entendemos que não foi suficiente a entrega de tractores, para ajudar a mecanização agrícolas das famílias nos municípios e zonas rurais, sem conseguíssemos ter conhecimento sobre o manuseio e manutenção dos equipamentos”, elucidou.
Por sua vez, o director do gabinete da Agricultura, Florestas, Pecuária e Pescas na província do Cuanza-Sul, Laurindo Chambula Ladera, disse ser importante valorizar mais a produção familiar e transformá-la em agricultura comercial, para que se tenha a qualidade desejada e a quantidade capaz de gerar rendimentos.
“A capacidade física das famílias em preparar as terras, de forma manual, para o cultivo é limitada e, dificilmente, conseguirá trabalhar em um hectare, porém com recurso ao tractor e a moto-cultivadora já se faz um aumento gradual da produçao”, enfatizou.
O responsável informou que na província do Cuanza-Sul as famílias cultivam em uma média de mais de dois hectares e meio, acima da média nacional, de dois hectares.
Projecto Osi Yetu
O projecto “Osi Yetu” conta com um orçamento global acima dos 85 milhões de Kwanzas, a serem utilizados saté 2026, distribuídos através do FADA, em colaboração com os institutos de Desenvolvimento Agrário (IDA) e Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) para capacitar os beneficiários.
O “Osi Yetu” prevê a alocação de 35.4 mil milhões de Kwanzas para a compra de tractores e a recuperação de parques ociosos entre 2024 e 2026.
Sector agrícola
A província do Cuanza-Sul, que tem mais de 400 mil famílias camponesas, conta com uma área total de 2.817.504 hectares de terras aráveis para a prática da agropecuária, estando 2.064.315 ocupados e apenas 1.125.564 hectares a serem utilizados, sendo que 938.751 hectares encontram-se inutilizados (terrenos ociosos).
Constam dos principais produtos o milho, feijão, batata-doce, batata rena, mandioca, tomate, repolho, banana, citrinos e café.
No ano agrícola 2022/2023, de acordo com a estatística do gabinete provincial da Agricultura e Pescas obtiveram uma produção bruta de 3,5 milhões de toneladas, sendo 762.419 toneladas de cereais, 1.270.286 toneladas de raízes e tubérculos, 107.702 toneladas de leguminosas e oleaginosas, 193.357 toneladas de hortícolas e 996.714 toneladas de frutícolas. LC/ALH