Saurimo - O mestre das escolas de campo da província na Lunda sul, Francisco Mateus, disse hoje, quarta-feira, que a instrução dos camponeses tem contribuído na introdução de novas culturas de cereais e no aumento da produção na região.
As escolas de campo, constituídas por camponeses das aldeias, associados e em cooperativas, são um dos maiores ganhos das famílias produtoras nas localidades, visto que ajudam na melhoria das técnicas de cultivo e de produção, com a formação e capacitação que recebem.
Em declarações à ANGOP, o responsável fez saber que na região a produção de mandioca está em primeiro lugar na província, enquanto os grãos e cereais ainda são culturas novas, pelo que, com a implementação das escolas de campo, os agricultores têm estado a mudar, introduzindo novos produtos.
Sublinhou que na campanha agrícola 2021/2022 foi notória a produção de novas culturas como feijão, arroz e milho em quantidades consideráveis, cujos resultados foram satisfatórios.
Francisco Manuel realçou que a implementação das escolas de campo tem como objectivo mudar o método antigo de cultivar apenas tubérculos e enveredarem para cereais e grãos.
Sublinhou que os camponeses na escola aprendem como cultivar, adubar, diversificar as culturas, cumprimento do calendário agrícola, venda dos produtos, gestão dos valores das vendas, assim como questões ligadas à saúde, saneamento básico, alfabetização, entre outras.
Disse que a implementação das escolas de campo na Lunda Sul está em fase experimental e teve início em 2021, tendo sido criadas nove, a nível dos três municípios (Saurimo, Muconda e Cacolo), beneficiando 311 famílias camponesas, em associação, cooperativas e da comunidade.
Adiantou que das escolas já criadas, cinco são graduadas e as restantes aguardam por esta classificação, porém, para serem validadas devem apresentar vários requisitos como um njango para facilitar as formações, parcelas de terra para aprendizagem, caderno de cotação e área de produção.
Segundo o responsável, actualmente não se pode falar da agricultura sem escolas de campo, daí a necessidade da criação das mesmas, porquanto têm ajudado muitas famílias camponesas a melhorar as técnicas de cultivo e de produção, com os conhecimentos adquiridos na organização.
Por seu turno, o facilitador da escola de campo da localidade de sajinga, comuna do Muriege, município do Muconda, André Tozé, disse que os ganhos são incomensuráveis de todo o conhecimento que têm estado a reter e a coloca em prática.
“Antigamente cultivamos em maior quantidade a mandioca, deixando outras culturas. Hoje, com os ensinamentos da escola, estamos a variar para milho, feijão e arroz”, reconheceu.
Por sua vez, a camponesa da aldeia de Sajinga, Maria Anabela, relatou que tem aprendido muito com as Escolas de Campo e põe em prática na sua lavra, onde sai o sustento da sua família.