Lyon - O presidente dos EUA, Donald Trump, atraiu críticas e confusão após fazer um comentário desdenhoso sobre a República Democrática do Congo durante uma reunião de alto nível com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni na Casa Branca.

O Africanews notícia que ao discutir a segurança nas fronteiras dos EUA e as políticas migratórias — temas em que os dois líderes de direita encontram pontos em comum — Trump afirmou que criminosos de todo o mundo estavam a ser libertados para os Estados Unidos.

“Eles libertaram prisões, Giorgia, do mundo todo, e os libertaram não apenas da América do Sul, mas do mundo todo — do Congo, em África. Muitas, muitas pessoas vêm do Congo. Não sei o que é isso, mas eles vieram do Congo e vieram de todo o mundo”, afirmou Trump.

A observação, em particular a frase “Não sei o que é isso”, referindo-se ao Congo — uma nação com mais de 100 milhões de habitantes e um dos maiores países de África — gerou ampla reacção online. Críticos acusaram Trump de ignorância e de reforçar estereótipos prejudiciais sobre as nações africanas.

Apesar da controvérsia, Trump reforçou suas afirmações sobre as políticas de fronteira frouxas sob a actual liderança dos EUA, enquadrando a questão como uma ameaça à segurança nacional devido ao suposto influxo de criminosos estrangeiros.

“Tínhamos uma óptima fronteira há quatro anos, mas agora temos uma fronteira ainda mais rigorosa”, declarou. “Precisamos capturar assassinos, traficantes de drogas e pessoas que estavam na prisão (...) do mundo todo”.

A conversa entre Trump e Meloni também abordou a geopolítica global. Embora os dois líderes concordem em conter a migração e promover valores nacionalistas, divergem fortemente sobre a guerra na Ucrânia. Meloni, ao contrário de Trump, tem sido uma firme defensora da Ucrânia, e seu governo tem desempenhado um papel activo nas discussões sobre a reconstrução do país no pós-guerra.

Trump, por sua vez, tem repetidamente instado Meloni a aumentar os gastos com defesa da Itália para atingir a meta da OTAN de 2% do PIB. O orçamento militar da Itália actualmente representa 1,49% do PIB — um dos mais baixos da Europa. ADR