Hotéis do Lubango voltam subir preços

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  • Huíla • Quarta, 07 Agosto de 2024 | 08h46
Huíla: Unidade Hoteleira do Lubango
Huíla: Unidade Hoteleira do Lubango
Morais Silva - ANGOP

Lubango – Os mais cotados hotéis do Lubango, capital da província da Huíla, voltaram a actualizar os preços das diárias, pela segunda vez em menos de um ano, mexida justificada pela “condição económico-financeira atípica do país”, constatou a ANGOP.

A alteração é justificada pelos operadores pela necessidade de cobrir as despesas de logística inerentes a manutenção dos serviços, dado que a maior parte dos bens é importado e a “alteração cambial obriga a mudanças”.

No hotel de quatro estrelas Serra da Chela, na zona nobre da Senhora do Monte, o nível máximo disponível na província, a diária de um quarto simples passou de 24 mil, em Outubro de 2023, para 50 mil Janeiro deste ano e hoje custa 70 mil 620 kwanzas, com o pequeno-almoço incluído.

No Chick-Chick, os quartos solteiro e o duplo simples passaram de 30 mil para as actuais 49 mil e 58 mil kwanzas, respectivamente, ao passo que no Casper Resort, a realidade não é diferente, tendo passado de 42 mil para 47, o solteiro e o duplo.

Realidade similar é encontrada no Pululukua Resort, onde só o quarto duplo simples está actualmente a 78 mil e 30 kwanzas, ao passo que no Novo Hotel, a mesma tipologia que estava 18 mil passou para 25 mil kwanzas, e o solteiro, de 15 mil para 18 mil kwanzas.

Ao contrário destas, o Hotel Lubango, uma das mais novas unidades hoteleiras da cidade, os preços mantém-se nos últimos dois anos variando de 17 a 21 mil kwanzas.

Em declarações à ANGOP, os gestores das referidas unidades justificaram que a realidade financeira do país não permite praticar os preços anteriores, além do que as tais alterações estão a permitir melhorar nos serviços.

O director-geral do Hotel Serra da Chela, José Joaquim, assinalou que a alteração dos preços deve-se à melhoria dos serviços e num “mercado difícil” a alteração das diárias era inevitável e ainda assim está com uma taxa de ocupação que varia de 70 a 80 % aos fins-de-semana e 50 % em dias normais.

“Os nossos clientes como sabem da realidade do país, não está a ser surpresa, têm recebido bem a notícia, sem estresse. Ainda temos uma boa procura, pois os serviços de restauração os preços não são estáticos, estamos a alterar consoante o mercado, mas o mais notório é o alojamento”, manifestou.

Por sua vez, o director do Chik Chik-Lubango, Paulo Tiongo, considerou de “razoáveis” as actuais tarifas, tendo em conta as movimentações económicas vigentes, com a subida galopante dos produtos e dos custos operacionais, pelo que todo e qualquer serviço não foge à regra, razões que os levaram a fazer um ajuste de 10 por cento há três semanas.

Para o gerente do Novo Hotel, Paulino Putu Binji, apesar de ter feito alterações nos preços, os serviços ainda continuam a ser um dos “mais baratos” do Lubango.

Explicou que uma aproxima variação de preço vai depender de como o mercado vai se apresentar nos próximos tempos.  

Em contra partida, o gerente do Hotel Lubango, Quaresma Kinavuidi, disse que desde 2022 não altera os preços dos seus serviços, mas estão agora a analisar a possibilidade de alterar a parte de restauração.

Fez saber que o duplo normal continua 21 mil e 800 kwanzas, no primeiro edifício e no segundo a 23 mil 950 kwanzas, já o solteiro, segundo a fonte permanente 18 mil e 500 no primeiro edifício e 20 mil e 300 no segundo, todos eles com o serviço do pequeno-almoço incluídos.

Autoridades dizem que foram ignoradas 

Em resposta, o director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos da Huíla, Osvaldo Lunda, explicou que por decreto, Angola tem três modalidades de preços, os fixos, vigiados e variáveis, pelo que a hotelaria está dentro das variáveis.

Lembrou que as unidades hoteleiras e similares podem colocar os preços de acordo com a procura dos seus clientes e a obrigação de lei é que esses preços devem ser homologados pelo Gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, uma alteração que não deve ser feita num prazo inferior a seis meses.

Reconheceu existirem algumas unidades que alteram os preços sem comunicar, uma atitude ilegal, correspondendo uma contra-ordenação grave e ao ser dado conta da situação está a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA) para fiscalizar e actuar.

“Não existe uma obrigação de lei de que a unidade tem de se justificar pela alteração de preço que faz. Damos o exemplo que uma unidade hoteleira pode fazer o preço de um quarto de 10 mil kwanzas ou de cinco milhões de kwanzas, não existe qualquer tabela para isso, o que vai acontecer é os clientes desta unidade aceitarem ou não os preços praticados”, reforçou.

Osvaldo Lunda frisou que têm estado a incentivar as unidades hoteleiras a alterarem o preço caso entendam por motivos plausíveis, de forma a conseguirem manter os clientes e seus negócios, mas não tendo qualquer interferência na estipulação de preços a nível do mercado da hotelaria.

O município do Lubango dispõe de 12 hotéis, dois resorts, 12 aldeamentos turísticos, 20 pensões, 84 hospedarias, 374 restaurantes e mil 146 similares. EM/MS





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