Catumbela – Os turistas que visitam a província de Benguela podem vir a pagar portagens no acesso às zonas turísticas e históricas, dentro de algum tempo, anunciou a directora do Gabinete da Cultura e Turismo, Rosália Tchitale.
Apesar de já aprovada há alguns anos pelo Governo, a cobrança de taxas no acesso às principais zonas turísticas do país não foi implementada por falta de regulamentação por parte dos órgãos competentes.
Falando à imprensa, após a inauguração do Flow Hotel, em Benguela, a responsável do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos aventou a possibilidade de cobrar portagens nos locais turísticos, por ser uma preocupação do sector.
Para Rosália Tchitale, está-se, neste momento, a ver os mecanismos de como começar a trabalhar para uma eventual implementação dessas taxas aos turistas e, assim, retirar proveito do turismo.
“Quando viajamos para outros países, pagamos portagens, até para ir a uma praia”, sublinhou.
Para ela, o remodelado Museu Nacional de Arqueologia de Benguela (MNAB), classificado como património histórico-cultural nacional, com uma média de mil visitantes/mês, seria ideal para uma taxação.
Mas a gestora pública insiste na necessidade de ser estudada essa possibilidade de cobrar portagens, dados os locais turísticos abertos, como a praia Morena, principal cartão-postal da cidade de Benguela.
“É que a nossa praia Morena é um lugar aberto, então tudo isso precisa de um estudo sob pena de cobrarmos um lado e outros passarem sem pagar no outro lado”, avisou.
Seja como for, diz Rosália Tchitale que a expectativa é a de começar com o processo daqui a algum tempo nos locais mais fechados, em moldes a definir.
Prevendo que a população venha a resistir numa primeira fase, a gestora da Cultura e do Turismo em Benguela mostra-se optimista de que, com o tempo, a medida irá “vingar”.
Movimento de turistas
Em outro ponto da entrevista, reconheceu que o movimento turístico está em franco crescimento na província, que recebe anualmente alguns milhares de turistas entre nacionais e estrangeiros.
A seu ver, a cifra até podia ser maior, não fossem os constrangimentos decorrentes da pandemia da Covid-19, que acabou por retrair o movimento de turistas.
“É só ver que na província de Benguela não temos discotecas, por causa da diminuição da afluência de turistas”, notou, frisando que o parque turístico, pouco a pouco, vai ganhando outro alento. JH/CRB