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Novos municípios precisam de orçamento “expressivo” para o turismo  

     Turismo              
  • Huíla • Terça, 21 Janeiro de 2025 | 11h23
Turistas brasileiros visitam Lubango
Turistas brasileiros visitam Lubango
José Filipe - ANGOP

Lubango – O presidente da  Agência de Turismo Angolana “Tac Tour”, Carlos Bumba, recomendou às autoridades a reservar uma “fatia expressiva” do orçamento das novas províncias e municípios, para o turismo rural, de modo que seja concretizada a conversão do potencial em activo turístico.

Em declarações hoje, terça-feira, o operador turístico afirmou que “a  vida faz-se nos municípios”, por esta razão,  “o turismo local deve ser a bandeira” nessas circunscrições, devendo observar-se uma aposta séria e audácia na “refundação” do paradigma de formação local para os desafios quotidianos.

Para o também presidente da Associação de Guias Turísticos, a transferência de activos afins para as novas províncias e municípios, emersos da nova Divisão Política e Administrativa (DPA), vai  potenciar e atrair investimentos para essas regiões.

Carlos Bumba salientou que com a ova DPA se transferem alguns atractivos turísticos e, neste caso, exemplificou, Luanda perde a posse do santuário da 5ª maior peregrinação mariana do mundo, passando a futura basílica de Nossa Senhora da Muxima para Icolo e Bengo.

Sublinhou que essa nova circunscrição geopolítica retira da capital angolana, o Bairro Operário, o Calumbo, Parque Nacional da Quiçama, o Cabo Ledo e o novo aeroporto.

Ainda assim, disse a fonte, Luanda mantém o título de maior acervo arquitectónico (turismo urbano), museológico e oferta básica do turismo em termos de transporte, alimentação e alojamento.

No caso concreto do Lubango, passa a partilhar algumas fendas da cordilheira da Chela com a Palanca, que ascendeu à categoria de município.

O município do Hoque sai da esfera do Lubango e “entra na rota pelos caminhos da fé”, através do turismo religioso, pois tem no Toco a segunda maior peregrinação da Muxima em Angola, desde 2012.

Salientou que quem também fica sem um “importante trono” no turismo é a Matala, porquanto o Parque Nacional do Bicuar é agora pertença de Capelongo, sua antiga comuna que ascendeu a município.

Já na província do Namibe, Tômbwa foi destronado pelo Yona que ascendeu à categoria de município e assume a jurisdição das Dunas, da Baía e Ilha dos Tigres, as Termais da Pediva, Foz do Rio Cunene, Welwitschia Gigante, Morro do Soba e Parque Nacional com o mesmo nome.

Moçâmedes, segundo o interlocutor, perde as “paradisíacas” praias das Conchas, Pipas, Mucuio, Baba, Mariquita, Soba, Piambo e Chapéu Armado, para o novo município do Sacomar.

Em Benguela, o  Egipto Praia sai da alçada do Lobito, que perde, também, a foz do Rio Balombo, todavia mantém a Restinga, enquanto a Baía Farta fica sem o maior centro de turismo espiritual estruturado e acessível do país, o Dombe Grande, que ganhou autonomia.

Carlos Bumba aponta ainda para outras transformações que muitas zonas viveram, como Massangano agora é também município, assim como Waku Kungo, Calulo, Gabela e Caculama, que suplantam e eliminam os antigos municípios da Cela, Libolo, Amboim e Mucari.

Ao passo que o Delta do Okavango passa para a província do Cuando, enquanto a congénere do Cubango acolhe o percurso longitudinal do mesmo curso fluvial e mantém o maior acervo do turismo de guerra, o Cuito Cuanavale.

Realçou ainda a transformação do Moxico, que passa para o seu vizinho, Moxico Leste, dois atractivos turísticos, designadamente o Lago Dilolo, segundo maior de África.

Histórico  da nova DPA  em Angola

De acordo com  Carlos Bumba, esta  é a terceira vez  que Angola aumenta o número de províncias, sendo que  em 1978 deu-se o desmembramento da Lunda em Sul e Norte,  em 1980 foi a vez do Bengo se desvincular de Luanda.

Avançou  que  2024 marca a criação de mais três províncias, Icolo e Bengo, Moxico Leste e o desdobramento das terras do progresso em Cubango e Cuando.

Ao nível dos municípios há um registo de metamorfoses nos últimos 15 anos, Cacula (Huíla) e Catumbela (Bebguela) deixaram o patamar de comunas em 2011. As oscilações verificaram-se em Luanda,   com Ingombota, Maianga, Sambizanga, Samba e Rangel, que já tinham o estatuto de municípios, perderam-no, mas voltam a reconquistar.

Outro aspecto a ressaltar é a terra natal de José Mendes de Carvalho "Hoji-ya-Henda" que também saiu, em 1980, da esfera do Cuanza Norte para o Bengo. Trata-se do  município de Bula-a-Tumba. BP/MS





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