Lubango – A ligação aérea entre as cidades do Lubango, província da Huíla, e de Windhoek, capital da Namíbia, desde 2022, está afectar consideravelmente o fluxo de turistas europeus, sul-africanos e namibianos à Huíla.
Antes dessa interrupção, o Lubango tinha, pela Companhia Aérea de Bandeira, três frequências semanais (terça, quinta e domingo), com os voos sempre lotados, sendo a Huíla, na altura, a única província com ligação ao exterior, a seguir a Luanda.
É por essa via chegava mais de 70 por cento dos turistas estrangeiros que tinham como destino à Huíla e o Namibe, favorecida, sobretudo, pelo pouco tempo de viagem (1h30 minutos).
Em entrevista hoje, sexta-feira, à ANGOP, o director provincial da Hotelaria, Turismo, Juventude e Desportos, Osvaldo Lunda, afirmou que a suspensão “afectou duramente” o fluxo de turistas, pois a ligação por estrada (15 horas de viagem) acarreta riscos que os visitantes, muitas vezes, não querem enfrentar.
“Temos tido contacto com várias pessoas nacionais e estrangeiras que vivem na Namíbia e na África do Sul, que demonstraram claramente o seu descontentamento pela interrupção dessa ponte aérea”, expressou.
O gestor assinalou que é uma situação que coloca o país na “cauda” dos destinos turísticos mais procurados por visitantes da SADC, dado que a Namíbia é uma importante “porta” de entrada e quase sempre repassava parte dos visitantes à Huíla.
“Alguns turistas nos têm confidenciado que o destino final não é Luanda, pelo que é preciso abrir o mercado interno, criar essa triangulação de voos, condições para a certificação de mais aeroportos, com vista a que o fluxo do turismo aumente com os 98 países autorizados a visitar o país sem visto”, frisou.
Sem avançar números, admitiu que a frequência de turistas vindos da Namíbia baixou consideravelmente, embora haja os que vêem por terra, mas que não podem ser o foco, porque normalmente estão equipados e gastam pouco.
Contudo, fez saber que o Governo da Huíla está a trabalhar junto da TAAG, no sentido de melhorar as tarifas aéreas e já obteve uma promessa do seu PCA em rever os preços.
Chamou a atenção da Agência Nacional de Aviação Civil, no sentido de rever as suas políticas, sendo mais versátil, no sentido de olhar à necessidade de orientar melhor às companhias aéreas que aspiram o mercado angolano.
Outra questão que inibe o turismo no Sul, segundo a fonte, é a degradação acentuada das estradas Lubango/Benguela, Lubango-Huambo e Lubango/Ondjiva.
Osvaldo Lunda sinalizou que a Huíla foi um destino a ser considerado em 2024 pela CNN Travel, o que por si só é um chamariz importante para os turistas internacionais, referências que atiçam o desejo dos visitantes, por isso é importante catapultar positivamente as potencialidades tendo em conta as necessidades dos visitantes.
Uma fonte da TAAG na província afirmou que esse é um assunto da alçada do Conselho de Administração da empresa, mas garantiu que nada tem a ver com as condições do Aeroporto Internacional da Mukanka, tampouco pela falta de passageiros, até porque era uma das rotas regionais mais rentáveis.
No primeiro semestre a província teve uma taxa de ocupação média dos hotéis de 30 por cento, muito por conta das três actividades internacionais que a Huíla acolheu, o que de facto incrementou o serviço, bem como as receitas das unidades hoteleiras, disse o director Lunda.
O voo para Windhoek foi suspenso devido à incidência da Covid-19 e até hoje, segundo o responsável, o Governo da Huíla não teve da TAAG uma explicação da não retoma, já que a razão de fundo está sanada.
Dos mais de mil e 500 turistas que mensalmente visitam à Huíla, 75 por cento é estrangeiro, sobretudo, provenientes da África do Sul, Namíbia, centro-europeus e cubanos.
O Lubango 12 hotéis, dois resorts, 13 aldeamentos turísticos, 20 pensões, 84 hospedarias 374 restaurantes e mil 146 similares. MS