Benguela - O chefe do Departamento Provincial de Turismo em Benguela, João Calete, anunciou, nesta quarta-feira, a criação de rotas turísticas municipais mais rentáveis, com vista a dinamizar o sector em 2025.
Em declarações à ANGOP, sobre as perspectivas do sector para 2025, o responsável elencou, de entre as rotas turísticas existentes na província de Benguela, a do Dombe Grande, do Açude, na Catumbela, da Caxaramba, no Lobito, do Bocoio, do Balombo e da Ganda.
"Queríamos, de início, fazer um roteiro geral, mas sentimos que o geral não vende. Então estamos a criar rotas turísticas a nível dos municípios", frisou, explicando que a ideia é promover rotas culturais, históricas e religiosas que despertem o interesse dos visitantes.
Relativamente ao turismo cultural, João Calete deu como exemplo as fortes potencialidades da comuna do Dombe Grande, no município da Baía Farta, tendo como pano de fundo as danças folclóricas que remontam aos antepassados.
"O turista não vem a Benguela para ficar em grandes unidades (...). Eles querem conhecer a cultura dos nossos povos, as nossas danças", observou, vincando a ideia de que precisamos de trabalhar mais na promoção das rotas turísticas nos municípios.
Segundo ele, a província de Benguela tem hoje quatro a cinco escolas de dança kizomba, que recebem todos os dias turistas internacionais, entre dinamarqueses, suecos e italianos.
Guias turísticos
Do mesmo modo adiantou ser pretensão do Departamento de Turismo a formação de guias turísticos por especialidade, sobretudo religioso e cultural, para ajudar os turistas nos passeios aos locais de interesse histórico.
Também ressaltou a necessidade de se começar a fazer algum trabalho de marketing fora da província, isto é, nas embaixadas e nos países emissores de turistas para Benguela, como Portugal, África do Sul, entre outros.
"Temos que trabalhar seriamente na divulgação dos locais turísticos da província de Benguela ", referiu, salientou que o turismo de negócios e de lazer dominam na região.
Turismo alavanca investimento
João Calete deu a entender que a ideia é fazer do turismo uma alavanca para atrair investimentos para os municípios, principalmente no interior e, desta forma, melhorar as condições de vida da população.
"Quando tens um potencial turístico muito forte, os turistas aparecem e as estradas também", frisou, comentando que se um determinado local receber mais de mil turistas, o Governo irá instalar as infraestruturas sanitárias e estradas.
Sobre os custos para fazer turismo em Benguela, João Calete defende que com 100 mil kwanzas é possível fazer um passeio turístico por um dos municípios citados.
Só para se ter uma ideia, acrescentou que Benguela tem hoje o preço mais baixo a nível nacional, sendo que o alojamento em um hotel de quatro estrelas custa entre 80 mil kwanzas, no máximo, e 50 mil kwanzas, no mínimo.
"Se for a um residencial, tem uma diária com 12 mil kwanzas e este preço incluí o pequeno almoço", finalizou.
Destino turístico privilegiado
Segundo destino turístico de Angola, depois de Luanda, a província de Benguela tem mais de 32 hotéis, cem pensões e residenciais, além de muitas hospedarias e empreendimentos complementares de alojamento, vulgos lodges e resorts.
Em termos de visitas, durante este ano, a província recebeu, aproximadamente, trinta mil turistas, entre residentes (75 por cento) e viajantes de outros países, contra os treze mil de 2023.
Ao contrário do que acontecia antigamente, em que os turistas portugueses dominavam o turismo local, hoje a África do Sul é o principal mercado emissor de turistas estrangeiros para a província de Benguela. JH/CRB