Huambo – Sandálias, mascotes, chinelas, batuques e outros de matriz africana feitos por 30 artesãos nacionais, num ateliê junto ao Jardim da Cultura, na cidade do Huambo, constituem os produtos mais procurados pelos turistas estrangeiros, constatou a ANGOP.
Entre os compradores, com o objectivo de levarem para casa uma recordação angolana, destacam-se brasileiros, britânicos, chineses e portugueses.
No ateliê, devidamente organizado no interior de um jango autorizado pelo gabinete da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, as obras despertam a curiosidade de muitos estrangeiros, que, depois de vários passeios, não saem do Huambo sem comprar a maioria das peças.
O local, também conhecido como “Casa de Arte”, encontram-se quase todo tipo de escultura, artesanato e obras plásticas, como batuques, sapatos, quadros de monumentos e sítios, roupas e pulseiras tradicionais, estatuetas de figuras históricas angolanas, entre outros, feitos de forma artesanal e objectos reciclados.
A ANGOP apurou que, depois de os turistas cumprirem com o roteiro nos diversos encantos naturais, arquitectónicos, culturais e sítios históricos desta região do país, a “Casa de Arte” no Jardim da Cultura tem servido como local de compras para as recordações ou presentes para as famílias, antes de regressarem aos seus países de origem.
O artesão Paulo Joaquim Sancha, de 25 anos de idade, disse que tem produzido e vendido aos turistas várias obras artísticas ou culturais, como bijutaria (pulseiras, anéis, cordões, brincos) sandálias, quadros, cestos, azagaias, panos tradicionais, entre outras esculturas, que deixa admirado os brasileiros e britânicos.
A trabalhar no ateliê desde 2017, sublinhou que a procura e a lista de clientes são liderados pelos estrangeiros, que chegam mesmo a gastar acima de 200 mil Kwanzas, bem como admirar a criatividade dos trabalhos e objectos naturais feitos com madeira, pneus, plásticos e outras esculturas.
Frisou que cada turista que compra as peças tem sido o porta-voz dos seus compatriotas no estrangeiro, demonstrando a sua total valorização pela arte e o talento angolano.
Fernando António, artesão e sapateiro de 30 anos de idade, disse que faz sapatos e sandálias de cabedal natural e de napas com materiais comprados em Benguela e na Huíla, assim como outros recicláveis locais, que tem sido preferência dos estrangeiros, comparativamente aos cidadãos nacionais.
Há 10 anos na profissão, exercidas em Benguela e, actualmente, no Huambo, destacou a curiosidade dos brasileiros, britânicos, chineses e portugueses nas estatuetas, pulseiras, cestos e quadros tradicionais, chegando mesmo a prometer regressar ao Huambo com os seus amigos para comprar outras peças.
O artista plástico Marley Messias disse que faz quadros que ilustram as paisagens naturais de Angola, para demonstrar e fomentar a valorização dos imensos monumentos e encantos, gerando muita admiração dos estrangeiros, que, por sinal, são os maiores compradores.
Também confeccionador de bijutarias e sandálias lamentou o facto de receberem poucas visitas dos cidadãos locais em comparação com os estrangeiros, o que demonstra pouco interesse e valorização do que é nacional.
O chefe de departamento do Turismo da província do Huambo, Anilson Ernesto, disse que os turistas depois de visitarem os encantos desta região do país virou um hábito passar pelo ateliê para comprar obras de arte para levarem de recordação à sua terra natal.
Disse serem obras artísticas africanas que geram grande admiração aos expatriados, cujas visitas aumentaram com as viagens do comboio de luxo Rovos Rail, o que engrandece a cultura angolana e africana, no geral
Disse que continuarão a apoiar institucionalmente estes escultores, artistas e artesãos, com diversas estratégias, pois têm gerado grande admiração pelos turistas, permitindo, assim, com a venda das suas obras, sustentar as suas famílias.
A província do Huambo possui mais de 150 monumentos e potencialidades turísticas, divididos em arquitetura civil, religiosa, militar, tradicional e beleza natural, com destaca para a Estação Arqueológica do Feti, Pinturas Rupestres de Caninguili, Ombala Yo Mbalundu, Missão do Chilume, Montanha Halavala e o Morro do Moco.
Recebe, anualmente, mais de 20 mil turistas, com realce para chineses, brasileiros, britânicos, portugueses, sul-africanos, senegaleses, namibianos e etíopes, que escalam esta região do país, por motivos de negócios, lazer ou férias, segundo os dados fornecidos pelas unidades hoteleiras locais. ZZN/JSV/ALH
