Benguela – De janeiro à data de hoje (14 de Novembro), a província de Benguela recebeu, aproximadamente, trinta mil turistas, entre residentes e viajantes de outros países, contra os treze mil de 2023, apurou a ANGOP, nesta quinta-feira.
A informação é avançada pelo chefe de Departamento Provincial do Turismo, João Calete, em entrevista à ANGOP, que justifica estes números com a implementação da política de isenção de vistos de turismo para os cidadãos estrangeiros que pretendam visitar Angola.
Em causa está o Decreto Presidencial 189/23, que isenta a obtenção de vistos de turismo a cidadãos de 98 países que queiram visitar Angola, num período de até 30 dias por entrada e até 90 dias por ano.
João Calete, um dos poucos experts em turismo, em Benguela, também aponta o aumento dos preços dos bilhetes de passagens áreas para fora do país como outro factor na base deste aumento substancial do turismo doméstico.
Tanto que, referiu, os angolanos já começam a visitar mais o interior do país, sendo Benguela uma das províncias mais procuradas porque oferece melhores serviços a nível da rede hoteleira, de transportes, gastronomia, saúde e segurança.
“Estamos surpreendidos (…). No ano passado, tivemos uma procura de 13 mil turistas e neste ano já estamos com quase trinta mil turistas”, salienta o responsável.
Para este especialista em turismo, é um sinal positivo de que o processo de isenção de vistos, levado a cabo pelo Governo, desde 2023, está a dar bons resultados e Benguela se afirma como um verdadeiro destino turístico.
Na sua opinião, outro impulso, que aguça o voraz apetite dos turistas pelo sol e pelas praias de Benguela, vem, ainda, dos vários eventos realizados, por um lado, e da melhoria das infra-estruturas rodoviárias das cidades do litoral, por outro.
“É sinal de que se continuarmos a trabalhar na questão dos eventos, vamos atrair mais turistas para Benguela”, ressalta o chefe de Departamento Provincial do Turismo, reconhecendo, porém, que a imagem cada vez mais limpa de Benguela é um forte aliado neste processo.
Ao longo do ano, Maio foi o mês mais movimentado em termos de entrada de turistas internacionais, em razão, segundo a fonte, das tradicionais festas da cidade de Benguela, que, entre outros atrativos, inclui um festival musical “Walale”, que arrasta multidões.
Paralelamente, citou as conferências ou os conselhos consultivos dos Departamentos Ministeriais que tiveram Benguela como palco, o que sobremaneira também influenciou no movimento turístico.
África do Sul já supera Portugal
Ao contrário do que acontecia antigamente, em que os turistas portugueses dominavam o turismo local, hoje, como explica a fonte, são os sul-africanos no topo da lista dos visitantes internacionais, atrás das ricas potencialidades de Benguela.
De acordo com ele, a África do Sul destacou-se como principal mercado emissor de turistas estrangeiros para a província de Benguela, ultrapassando assim os portugueses, durante o ano.
Em termos globais, João Calete dá conta de que os turistas nacionais residentes representam 75 por cento do universo de quase trinta mil visitantes que Benguela recebeu, seguindo-se os sul-africanos e, em terceiro, os portugueses.
Por essa razão, o entrevistado considera que o turismo em Benguela está no bom caminho, acreditando que, pelo andar da carruagem, a meta de atrair pelo menos 55 mil turistas até 2027 será atingida.
“O turismo em Benguela está de saúde. É só ver que a nível do licenciamento e da procura estamos a chegar a alguns resultados acima daquilo que já era previsto”, assinalou.
Rede hoteleira
De igual modo também João Calete afirmou que Benguela posiciona-se, neste momento, como a segunda maior rede hoteleira e turística em Angola, depois de Luanda.
Prova disso, explicou, é que a província tem, neste momento, mais de 32 hotéis, cem pensões e residenciais, além de muitas outras hospedarias e empreendimentos complementares de alojamento, agora conhecidos como lodges e resorts.
Mas revela, igualmente, estar na forja um trabalho árduo do sector na vertente do ecoturismo, pois é um segmento que pode atrair muitos turistas para a região.
“Porque nós, agora, temos que começar a trabalhar no sentido de atrair mais pessoas da África do Sul, Namíbia, Lesoto, Zâmbia e Tanzânia”, finalizou. JH/CRB