Nascente do Rio Kwanza votada à ruína

     Turismo           
  • Bié     Sexta, 25 Dezembro De 2020    17h53  
Nascente do rio Kwanza
Nascente do rio Kwanza
Leonardo Castro

Cuito – Alcançar a nascente do Rio Kwanza e conhecer os seus encantos naturais constitui, ainda hoje, tarefa difícil para dezenas de turistas que se predispõe em visitar o ponto turístico.

(Por Pascoal Bernardo)

A viagem àquele local da província do Bié é feita sobre extremas dificuldades, por causa do mau estado da via, o que limita a entrada de visitantes e prejudica a arrecadação de receitas.

Para atingir a foz do Rio Kwanza, os visitantes chegam a fazer ao menos 150 quilómetros do Cuito ao município do Chitembo, sem grandes constrangimentos, em tempo seco (de frio).

A esse trajecto adicionam-se mais 75 quilómetros até à comuna do Mumbué, com estrada asfaltada, apesar de alguns buracos.

Entretanto, para chegar à nascente, a partir desta comuna passa-se por verdadeiro "calvário".

Atingir local é desafiador. São apenas dez quilómetros do Mumbue até à nascente. Mas o trajecto é extremamente complicado, numa terra batida com muita areia e árvores. Apenas carros à tracção se "aventuram" a chegar, ainda assim com muitas dificuldades, tal como aconteceu, recentemente, com uma delegação do Governo Provincial do Bié, liderada pelo governador Pereira Alfredo.

De tão complexo que se mostra o trajecto, muitas vezes o percurso é interrompido, com algumas viaturas a patinarem em pleno areal.

No interior da própria nascente, o panorama também é pouco animador, chegando mesmo a entristecer quem se propõe a atravessar 280 quilómetros para conhecer o local.

Trata-se, pois, de uma nascente cujo nome tem bastante simbolismo (inspirou-se na moeda nacional), mas sem a dignidade que merece.

Conforme especialistas, a nascente do Rio Kwanza podia, com algum investimento, potenciar o turismo e tornar-se uma importante fonte de receitas para a província do Bié.

Afinal, quem não gostaria de conhecer o local onde nasceu o Rio Kwanza, onde se destaca apenas um pequeno charco, de onde originou o rio, que atravessa seis províncias até desaguar a 70 quilómetros a sul de Luanda.

Em volta da nascente, apenas se observam árvores, ou seja, não há qualquer investimento que serviria para arrecadar receitas para os cofres do Estado, com o turismo.

Possivelmente tenha sido um dos motivos para o Rio Kwanza não estar entre as sete maravilhas de Angola, já que despertaria atenção do Mundo. É certo que muitos haviam de querer conhecer, desde a sua nascente até onde desagua.

O Governo do Bié quer mudar cenário e a realidade da nascente.

Através de uma parceria público-privada, tenciona transformar o ponto num local turístico, em que os visitantes do Bié, em particular do município de Chitembo, possam desfrutar da beleza e conhecerem aonde nasceu esse grande rio, que serpenteia o país.

É verdade que hoje o Estado, por si só, não terá capacidade para fazer toda empreitada, sobretudo essa de carácter turístico, por isso deixar esse investimento nas mãos do privado seria uma alternativa saudável, tal como reconheceu o governador Pereira Alfredo.

Ainda assim, o governo teria de criar condições básicas neste local, para permitir primeiro que os investidores tenham acesso ao local e depois se sintam atraídos para fazer os investimentos.

Foi com essa finalidade, para fazer a prospecção do local, que o governador visitou a área, onde se fez os devidos rituais pelas autoridades tradicionais, com orações e a deposição de alguma bebida na água e um breve historial sobre o seu surgimento/descoberta.

Reza a história que a nascente foi descoberta pelos povos Nganguela, que ali se fixaram à procura de melhores condições de vida. A segunda versão é de que foi descoberta pelos mais velhos que saíram do Luena, província do Moxico, para caçar.

Ainda assim, as duas versões dão conta de que, no lugar, havia uma árvore grande que brotava água, e com o tempo essa árvore desapareceu, dando surgimento à nascente.

Trata-se de um rio com mais de mil quilómetros estimados de comprimento, largura normal, de aproximadamente 170 metros, chegando a atingir, em algumas partes, no período das cheias, largura de cerca de dois quilómetros.





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