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Iona renasce como potencial turístico

     Turismo              
  • Namibe • Sábado, 18 Maio de 2024 | 08h22
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Deserto do Tõmbwa, província do Namibe
Deserto do Tõmbwa, província do Namibe
Anabela Fritz-ANGOP
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Deserto do Tõmbwa, província do Namibe
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Anabela Fritz_ANGOP
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Deserto do Tõmbwa, província do Namibe
Deserto do Tõmbwa, província do Namibe
Anabela Fritz-ANGOP

Moçâmedes – Com a inauguração, este sábado, da sede do seu parque nacional, a comuna do Iona, na província do Namibe, dá um passo em frente rumo à reconquista do seu espaço na cadeia das potencialidades turísticas de Angola.

Por Anabela Fritz, jornalista da ANGOP

A inauguração da infra-estrutura faz parte da agenda do chefe de Estado angolano, João Lourenço, chegado esta sexta-feira, a Moçâmedes, no Namibe, para uma visita de trabalho de três dias.

O evento acontece numa altura em que Angola procura colocar o turismo no centro das atenções e dos esforços de diversificação da economia, depois de autonomizar o sector com a criação de um departamento ministerial especializado.

Dotada de uma rica biodiversidade e flora diversificada, essa porção do município do Tômbwa foi primeiro estabelecida como reserva de caça, em 1937, antes de ser transformada em parque nacional, 27 anos depois, ou seja, em 1964.

Antes da Independência de Angola e da guerra civil que se seguiu, Iona era descrito como um "paraíso animal, rico em caça grossa", até que a caça furtiva e a destruição das infra-estruturas trouxeram danos consideráveis ao parque.

Actualmente, o Parque Nacional do Iona (PNI) está em processo de reabilitação, para se dotar de infra-estruturas modernas, aptas a oferecer melhores condições de acomodação aos seus utentes, em particular os visitantes.

As obras de restauro visam igualmente garantir uma maior conservação da biodiversidade e o fomento do turismo, no país, a partir do maior parque transfronteiriço de Angola, numa área de cerca de 15 mil quilómetros quadrados.

Segundo os gestores do projecto, está já concluída a primeira fase de reabilitação do PNI, que passa a contar com novas instalações para a sede da sua administração, uma infra-estrutura de apoio operacional construída de raiz.

O ambientalista Pedro Menterroso, responsável da sul-africana African Park, enquanto gestora do projecto, adianta  que a nova infra-estrutura comporta 80 quartos, escritórios e outras áreas de apoio logístico, ostentando toda a beleza paisagística e as colinas verdejantes locais.

Com a construção da nova infra-estrutura, concretamente na zona do Pediva, garantiu o empresário, o Parque poderá evoluir para competir com outros de nível internacional.

Em declarações à ANGOP, Pedro Menterroso reconheceu, contudo, que, sendo um dos parques mais extensos de Angola e pela sua dimensão, isolamento e tipografia do terreno, o processo de revitalização e reabilitação do PNI “deverá ser mais longo e com custos elevados”.

A primeira fase já está concluída, para que aqueles que vão lá trabalhar e visitar possam encontrar boas condições de acomodação, disse.

Explicou que, nessa primeira fase, o projecto culmina com a abertura da sede da administração que engloba os edifícios operacionais do Parque e uma outra base de operações localizada, na zona da Espinheira, a ser também remodelada com todas alterações na estrutura.

Outros edifícios vão ser igualmente reabilitados, prosseguiu, anotando que, em termos de operacionalidade e funcionalidade do Parque, “estamos num bom caminho, pois precisamos ainda de desenvolver mais acções de acomodação para os turistas”.

Recordou que, até ao momento, não existe no interior do Parque nenhuma instalação hoteleira para a acomodação dos turistas, sendo que concertações estão em curso entre o Governo angolano e parceiros para que, num futuro breve, essa situação seja ultrapassada.

De acordo com Menterroso, o que existe actualmente são apenas áreas de campismo que, ao longo do ano, poderão ser remodeladas e renovadas, visando providenciar mais qualidade e comodidade aos visitantes.

No seu entender, o Parque do Iona representa uma zona extremamente segura e com atractivos ou características paisagísticas que oferecem maior segurança aos visitantes.

Apesar de existir animais selvagens, disse, são muito poucos os perigos associados à insegurança de animais.

Disse ser um Parque “perfeitamente seguro”, não obstante o seu ambiente natural com cuidados normais de precaução, descartando qualquer perigo de ataques por animais selvagens.

A este propósito, deu conta da existência de um sistema de fiscalização que trabalha todos os dias de forma a dar resposta, para uma segurança eficiente, a todos os seus visitantes.

Estrutura do Parque

O PNI estende-se desde a foz do rio Cunene até um pouco a Sul do município do Tômbwa, isto a 470 quilómetros da costa e posteriormente acompanha o mesmo rio ao limite Norte até à zona do Pediva, antes de seguir para o vale do Otchifengo até ao rio Cunene.

Este último faz o limite Sul do Parque Nacional do Iona, deixando de fora a população do Monte Negro, mas estabelecendo o limite Sudoeste com a fronteira da Namíbia.

O ambientalista explicou que a integridade e a segurança nacional não são da responsabilidade do Parque Nacional do Iona, mas sim da Polícia de Guarda Fronteiras que tem montados os seus postos dentro do Parque, juntamente com efectivos da Policia Nacional.

A sua gestão é acompanhada por uma equipa de fiscalização com a qual aqueles órgãos trabalham em estreita colaboração, existindo assim relações de cooperação com órgãos de segurança nacional.

Portanto, existe uma articulação próxima para garantir que a segurança e a integridade das fronteiras e dos visitantes estejam assegurados”, sublinhou.

Investimentos

Em termos de Investimentos, frisou que, nesta altura, "está tudo" cabimentado, no quadro de uma parceria com o Governo de Angola para um período de 20 anos.

Esta parceria começou, em Dezembro de 2019, e a sua implementação em 2020.

"Portanto, temos ainda até final de 2039 para estar 100 por cento confortáveis com a reabilitação do Parque. Temos a parte boa que houve um investimento significativo financeiro principalmente de fundos estrangeiros que neste momento ultrapassa os nove milhões de dólares, que envolvem todo o tipo de infra-estruturas que estão sendo reabilitadas, recrutamento de pessoal, custos de operações, tudo que é preciso para ter um parque”, afirmou.

Este investimento, de acordo com o responsável, está a ser feito essencialmente por fundos externos, mas com um apoio operacional e em colaboração com o Estado angolano, concretamente o Ministério do Ambiente.

"Acho que estamos num bom caminho, mas ainda há muito trabalho para se fazer”, disse.

Para o administrador do Parque do Iona, Sango de Sá, a inauguração desta infra-estrutura vai ajudar a melhorar a  acomodação dos visitantes e dos seus colegas que têm vindo a realizar alguns trabalhos na zona, evitando assim custos em unidades hoteleiras e a preços altos.

Em Julho do ano passado, o Parque Iona foi repovoado com 14 girafas, sendo que três não resistiram ao clima e, este ano, com mais outras 14, no mês em curso ,provenientes da vizinha Namíbia.

O próximo repovoamento será de rinocerontes.

Identificação das zonas turísticas

Para melhor identificação das zonas turísticas, a Direcção Nacional do Projecto de Implantação da Área de Conservação Marinha (DNPIACM) procedeu à entrega de placas sinalizadoras destinadas a áreas ambientais sensíveis do município.

As placas, fornecidas pelo Instituto Nacional de Biodiversidade e Áreas de Conservação, visam alertar e informar sobre a importância da preservação destas áreas, bem como dos comportamentos adequados ao frequentá-las.

Segundo a DNPIACM, as placas representam um passo importante na protecção do ambiente, especialmente em zonas sensíveis como as do Tômbwa, deserto, dunas e praias.

As placas sinalizadoras que contêm informação sobre a preservação ambiental serão colocadas em diversas áreas identificadas como estuários, zonas de reprodução de espécies e zonas húmidas protegidas internacionalmente, tendo como finalidade a protecção do ecossistema local e garantir um ambiente saudável para as gerações futuras. FA/IZ





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